sábado, 19 de maio de 2012

Presença vai editar "Casual Vacancy" de J.K.Rowling

A Editorial Presença anunciou hoje que vai publicar em Portugal o primeiro romance para adultos de J. K. Rowling, a criadora de Harry Potter. O livro, apenas será editado no nosso país alguns meses depois da sua edição em língua inglesa agendada para 27 de Setembro. A data será divulgada oportunamente pela editora. Entretanto, ficamos com a notícia e com a sinopse...
 
«Quando Barry Fairweather morre inesperadamente aos quarenta e poucos anos, a pequena cidade de Pagford fica em estado de choque.
Pagford é, aparentemente, uma idílica cidade inglesa, com uma praça principal em calçada e com a sua antiga abadia, mas o que se esconde por detrás desta bela fachada é uma cidade em guerra.
Os ricos em guerra com os pobres, os adolescentes em guerra com os pais, as mulheres em guerra com os seus maridos, os professores em guerra com os seus alunos… Pagford não é o que parece à primeira vista.
E a cadeira vazia deixada por Barry na junta paroquial em breve se torna o catalisador da maior guerra que a cidade alguma vez testemunhou. Quem irá triunfar numa eleição marcada por emoções fortes, ambiguidades e revelações inesperadas?»

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Luz e Sombras - Anne Bishop


Título: Luz e Sombras
Autor: Anne Bishop
Saga/Série: Trilogia Pilares do Mundo
Edição: Saída de Emergência
Nº de páginas: 368
ISBN 9789896374273

"Desde o massacre das bruxas, os Fae, que deviam poteger as suas primas há muito esquecidas, ignoraram as necessidades do resto do mundo. Agora as sombras voltam a alastrar-se sobre as aldeias do oriente. Sombras negras e poderosas que ameaçam todas as feiticeiras, todas as mulheres e os próprios Fae. Apenas três pessoas podem fazer frente à loucura coletiva que se está a disseminar e impedir que mais sangue seja derramado: o Bardo, a Musa, e a Ceifeira. Aiden, o Bardo, sabe que o mundo está dependente da proteção dos Fae, mas estes recusam-se a escutar os seus avisos sobre o mal que se esconde nas florestas. Vê-se obrigado a partir com o amor da sua vida, Lyrra, a Musa, numa aventura arriscada em busca do único Fae capaz de fazer o seu povo despertar da indiferença. Se os Fae não agirem depressa, ninguém sobreviverá…"


Quando, depois de ter lido o primeiro livro desta trilogia, dei a minha opinião sobre "Os Pilares do Mundo" afirmei que me parecia muito pouco para esta autora. Continuo a manter o que disse em relação a esse livro. Contudo, Luz e Sombras já é outra coisa... aqui já consegui ver a Anne Bishop que conheço. Apesar de algum aspectos da trama serem bastante previsíveis e, por vezes, algo naif conseguimos ver uma grande evolução e crescimento nos personagens. Por outro lado, neste novo volume os personagens mais negativos e malévolos já são mais característicos desta autora. A maldade e a hipocrisia já não estão tão disfarçadas como no volume anterior e isso nota-se, principalmente, em relação aos barãoes - aos seus discursos e acções - e a alguns fae inconformados e narcisistas. 
Um aspecto que caracteriza a escrita de Bishop e que volta aqui a estar presente são os personagens femininos fortes e de carácter vincado. As mulheres estão em destaque, todas muito diferentes umas das outras mas todas lutadoras e determinadas a conseguir aquilo a que se propõem. 

Quanto à trama em si apenas posso dizer (sem grandes spoillers) que depois de conhecerem o Ary, tocados pela sua história, o Bardo e a Musa estão determinados em salvar as Bruxas e aquilo que elas representam. Correm ambos os mundos avisando humanos e fae dos últimos acontecimentos mas poucos são os que os ouvem e menos ainda os que os recebem bem. Postos de parte por todos e sofrendo com as agruras da sua jornada decidem procurar ajuda onde menos se esperaria (tendo em conta que são fae). Acabam por travar conhecimento com os clãs menos bem aceites pela sua raça e descobrir que estes não estão assim tão errados, apenas não esqueceram quem são.
Este foi um dos aspectos de que mais gostei, ver as diferenças entre as culturas fae e os seus modos de interagir com os humanos. Este aspecto cruza-se com outro, o rever de personagens das quais havia gostado muito no volume anterior, conhecer o seu destino e ver as diferentes posturas face ao problema que têm entre mãos.

É um volume mais intenso do que o anterior, com novos e cativantes personagens, que consegue prender-nos logo nas páginas iniciais. Depois de entrarmos no espírito da narrativa já não conseguimos largá-lo.
No fim a autora deixa todas as possibilidades em cima da mesa e o leitor com uma enorme curiosidade.




Podem ler um excerto do livro aqui

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Avatar de Kushiel

Título: Avatar de Kushiel
Autor: Jacqueline Carey
Tradução: Teresa Martins de Carvalho
Edição: Saída de Emergência
ISBN: 9789896374051
Nº de páginas: 400

"A nação de Terre d’Ange é um lugar de beleza e graça sem par. Diz-se que os anjos deram com a terra e a acharam boa… e que a raça resultante da semente dos anjos e dos homens se rege por uma simples regra: Ama à tua vontade. Phèdre nó Delaunay é uma mulher atingida pelo Dardo de Kushiel, eleita para toda a vida experimentar a dor e o prazer como uma coisa só. O seu caminho tem sido estranho e perigoso, e ao longo de todo ele o devotado espadachim Joscelin tem estado a seu lado. A natureza dela é uma tortura para ambos, mas ele jamais violou o seu voto: proteger e servir. Agora, os planos de Phèdre põem a promessa de Joscelin à prova, já que ela jamais esqueceu o seu amigo de infância, Hyacinthe. Passou dez longos anos em busca da chave para o libertar da sua eterna servidão, um acordo por ele feito com os deuses — tomar o lugar de Phèdre em sacrifício e com isso salvar uma nação. Phèdre não pode perdoar — nem a si própria nem aos deuses. Está determinada a agarrar uma derradeira esperança de redimir o seu amigo, nem que isso signifique a morte. A busca irá levar Phèdre e Joscelin mundo fora, para cortes distantes onde reina a loucura e as almas são moeda de troca, e por um lendário rio abaixo até uma terra esquecida de quase todo o mundo. E até um poder tão imenso que ninguém ousa proferir o seu nome."            

Para mim os pontos altos da obra de Jacqueline Carey são as suas personagens e a magnífica escrita, rica e cuidada, com que nos pinta cenas tão vividas que nos fazem sentir parte integrante da narrativa. Este volume não foge à regra.
Dez anos passaram sobre os acontecimentos de “A Promessa de Kushiel”, dez anos de paz que foram generosos para a maioria dos personagens. Contudo, sem que houvesse grandes avisos, os acontecimentos vão precipitar-se e Phédre vai ver-se mergulhada em duas demandas que, numa fase inicial, não parecem ter nenhuma relação entre si. Ainda assim, nada é o que parece a teia de intriga é tão densa e intrincada que nem sequer a herdeira de Delauney é capaz de abarcar a totalidade do mistério e quem poderá estar por detrás dele.
Correspondendo este volume da edição portuguesa a metade do livro na sua edição original, não é um texto que consiga responder-nos a todas as questões que haviam ficado pendentes mas, em muitos aspectos, é mais do que estávamos à espera. Também por causa desta divisão o ritmo da narrativa é bastante pausado em cerca de ¾  do mesmo sendo que a sua intensidade apenas começa a aumentar nos capítulos finais.  Apesar disso, a acção vai-se desenrolando a um ritmo constante e sem quebras, guiando-nos por terras que já conhecíamos  - Siovale, La Sereníssima…- passando por  locais que já haviam sido referidos em anteriores volumes – Aragonia e Menekhet – para terminar por nos levar ao território verdadeiramente assustador que é Drujan.
Neste ponto não posso deixar de referir a forma realista com que Carey nos pinta uma capital africana, com todas as misturas de culturas e povos que podemos encontrar nestes locais, no caso de Menekhet, e o pequeno frio no estômago com que consegue deixar o leitor à medida que o vai preparando para Drujan. Toda a geografia, a história deste povo, a sua cultura e o povo em si, estão fortemente marcadas pelo derramamento de sangue e  por uma entidade negra e mortal que ninguém consegue explicar porque ninguém conhece. E é aqui que a narrativa nos deixa, numa terra selvagem e inóspita onde, longe de se resolverem, as coisas apenas parecem complicar-se. O ponto fulcral de interrupção deixa –nos cheios de curiosidade…  O que se esconderá verdadeiramente na negra fortaleza de Drujan? De que será capaz um bem treinado cassiline quando levado às profundezas do desespero? Que alianças poderão vingar entre os prisioneiros no zenana? E, acima de tudo, quais as consequências que poderão advir do encontro da mais perfeita e única anguisette com o mais pérfido dos sádicos?...