Título: Não Sou um Serial Killer
Saga/
Série: John Cleaver
Autor: Dan WellsTradução: Raquel Dutra Lopes
Edição: Contraponto
Nº de páginas: 230
Não Sou Um Serial Killer conta a história de John Cleaver, um sociopata de
15 anos que trabalha numa casa funerária, sonha com a morte e acha que pode vir
a torna-se um serial killer. Para manter-se no "bom caminho" e ser
"normal", John cria um conjunto de regras que segue à risca. Porém,
quando um monstro verdadeiro aparece na cidade onde vive, ele tem de
deixar o seu lado negro manifestar-se para poder detê-lo. Mas sem as suas
regras para manter-se sob controlo, John poderá tornar-se mais perigoso que o
monstro que está a tentar matar...
Como seguidora fiel da série Criminal Minds e grande adepta de filmes sobre serial killers, fiquei extremamente curiosa com este livro com um
título tão sugestivo: Não Sou um Serial Killer.
Digo desde já que não me desiludiu!
A história segue John Wayne Cleaver, um rapaz de 15 anos que
vive fascinado com serial killers, ao
ponto de os professores e a mãe acharem uma boa ideia ele desabafar com um
psicólogo. Além disso, John tem noção de que se passa algo mais grave: ele reconhece
em si próprio os traços de um serial
killer e tenta a todo o custo evitar tornar-se um. Para isso, cria uma
série de regras que mantêm o seu lado assassino – a que chama Sr. Monstro – inactivo,
não deixando que este tome conta da sua vida. É de notar que John é um
sociopata encantado com a morte e trabalha com a mãe e a tia a preparar
cadáveres na casa mortuária.
John vive no seio de uma família um pouco disfuncional, o
que nos leva, muitas vezes, a não termos a certeza se estamos do lado dele ou
da mãe: por um lado, John é um sociopata que não consegue sentir empatia por ninguém;
por outro lado, a mãe não sabe lidar com isso e quando pensa que está a agir da
forma certa está, na verdade, a piorar a situação. É interessante ver a interacção
de John com a família e perceber os seus sentimentos (ou falta deles) em
relação a quem o rodeia.
Quando de repente aparecem vários corpos mutilados na sua
pacata vila, John não resiste a utilizar os seus vastos conhecimentos sobre serial killers para tentar apanhar o
culpado. E como os corpos passam todos pelas suas mãos na casa mortuária, pode
analisar as vítimas sem chamar a atenção.
Surpreendeu-me bastante o livro ter uma componente
sobrenatural totalmente inesperada. Confesso que torci o nariz e fiquei com
algum receio, uma vez que nada no livro indicava que pudesse existir esta parte
sobrenatural. Porém, não acho que estivesse desfasada do estilo do livro e até funciona
bem!
As personagens são consistentes e a história flui
facilmente, ficamos sempre curiosos para saber o que vai acontecer a seguir.
Tem um humor meio negro, meio sarcástico que se enquadra perfeitamente com John
e vemos esse humor em acção, na maioria das vezes, nas consultas com o
psicólogo.
Quanto à tradução, gostei bastante! A tradutora conseguiu
manter o registo indiferente que se espera de um sociopata, mas ao mesmo tempo
vemos que, sociopata ou não, John não deixa de ser um adolescente e o seu discurso
foi bem adaptado à idade. Contudo, reparei que a meio do livro houve alguma
falta de revisão. Nada de muito grave, umas repetições e uns erros de
concordância que, embora não dificultem a leitura, não deixam de ser chatos.
Boas leituras!
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