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terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Aquisições de Janeiro

O mês está quase a acabar e, como já esgotei o orçamento disponível, acho que já posso fazer o balanço das primeiras aquisições do ano.
Apesar de não ter mais trocos que o normal (antes pelo contrário, atrevo-me a dizer) consegui adquirir mais títulos que aqueles que consigo ler e muitos mais do que esperava. Posso, sem sombra de dúvida, dizer que para isso contribuíram muito o meu Kobo (os livros são bem mais baratinhos), a Campanha de Natal da Presença e os Saldos da mesma editora com livros a 4,99€. Isto é que foi aproveitar... :)

Assim, o resultado foi este:


"En un futuro cercano, todos los recién nacidos llevan incorporada una bomba de tiempo genética. Los varones viven hasta los 25 años, y las mujeres, que mueren a los 20, son secuestradas y forzadas a contraer matrimonios polígamos para evitar que la humanidad entera desaparezca de la faz de la Tierra. Cuando secuestran a Rhine, una joven de 16 años, para venderla como esposa de un hombre adinerado, le espera un mundo de privilegios. Su joven marido, Linden, la ama igual que a sus otras esposas, pero Rhine sólo desea escapar, aunque deberá enfrentarse a su excéntrico suegro, quien no cejará en encontrar un antídoto para el virus que amenaza la vida de su hijo, aunque para ello deba dejar varios cadáveres en su camino"



"Con ayuda de Gabriel, Rhine ha logrado escapar de la mansión y del terrible destino que la aguardaba en Efímera. Pero en el exterior se encuentran con un mundo incluso más aterrador que el que dejaron atrás.
Entre los peligros que los aguardan, caen en un burdel dirigido por una cruel y demente tirana. Una vez más, Rhine debe hacerse pasar por una chica dócil mientras planea su escape. Los dos están decididos a llegar a Manhattan, donde tal vez puedan encontrar la paz viviendo con Rowan, el hermano mellizo de Rhine. Pero el camino es largo y peligroso, y además deben eludir los intentos de Vaughn, el suegro de Rhine, de regresarla a la mansión cueste lo que cueste. Y en un mundo donde las mujeres viven hasta los veinte años y los hombres hasta los veinticinco, el tiempo vale mucho más que el oro."



"Publicada em dois volumes, incluídos na coleção «Via Láctea», A Passagem é uma representação de um tenebroso fim da civilização atual. Uma experiência científica a que o exército dos Estados Unidos submete vários homens e uma menina, para os tornar invencíveis, resulta numa catástrofe cujos efeitos têm consequências inimagináveis. Os homens submetidos àquela experiência tornam-se detentores de extraordinários poderes, mas são monstros assassinos sedentos de sangue"


"Neste segundo volume a humanidade vive uma era de trevas em que a sobrevivência dita as leis, não só em função dos ataques dos mutantes virais, mas em relação a quase tudo. Passaram entretanto noventa anos sobre a catástrofe e a Vagante, como muitos lhe chamam, regressa de uma longa e solitária jornada de décadas. Como numa viagem iniciática, durante essa obscura deriva ganhou forma dentro dela o terrível conhecimento de que ela é a Única que tem o poder de salvar o mundo destruído por aquele pesadelo."



"Meggie é uma grande apreciadora de histórias e adoraria que o pai lesse em voz alta para ela. Mas ele não o faz há muitos anos, desde que a mãe desapareceu misteriosamente. O pai possui um dom especial: quando lê um livro em voz alta, as palavras ganham vida na sua boca e coisas e personagens das histórias saltam do livro para o mundo real. O pior é que quando algo salta cá para fora, alguém ou alguma coisa deste mundo entra para dentro do livro... A partir daí, sucede-se um sem-fim de desconcertantes aventuras, mistérios e muito suspense... Cornelia Funke escreve com mestria, fazendo o leitor sentir que está dentro da história. Talvez ela também tenha o dom... O filme baseado neste livro teve estreia mundial em 2009."



"John Smith, de quinze anos, é um dos nove jovens que conseguiram abandonar o planeta Lorien antes de este ter sido destruído pelos Mogadorianos. Por esta razão, tem andado escondido toda a sua vida, mudando de identidade e de localização ao menor sinal de perigo. Mas agora John quer parar de fugir e enfrentar o seu destino. Os seus Legados - poderes extraordinários que lhe permitirão lutar contra os adversários - começam a manifestar-se e ele tem todos os motivos para querer uma vida normal. Um livro repleto de aventura, romance e acção."



"Na Itália do século XVI, Ugo DiFonte e a filha, Miranda, são levados para a corte do Duque Federico, onde este lhe ordena que seja o seu provador de comida, um cargo tão perigoso quanto os seus inúmeros inimigos. Em breve Ugo aprende a mover-se entre venenos, antídotos, conspirações e intrigas palacianas, mas o maior desafio ainda está para vir: proteger a filha dos seus muitos pretendentes - que incluem o cozinheiro e o próprio Duque - quando qualquer refeição pode ser a última…
Uma narrativa que combina as doses certas de suspense e humor resultando num romance irresistível, bestseller numa dezena de países."



"Uma celebridade generosa que tudo oferecia e nada pedia em troca… até ser enganado pelos que o rodeavam. Agora Aidan nada quer do mundo ou sequer fazer parte dele.
Quando uma estranha mulher aparece à sua porta, Aidan sabe que já a viu antes… nos seus sonhos.
Uma deusa nascida no Olimpo, Leta nada sabe do mundo dos humanos. Mas um inimigo implacável expulsou-a do mundo dos sonhos e para os braços do único homem capaz de a ajudar: Aidan. Os poderes imortais da deusa derivam de emoções humanas, e a raiva de Aidan é todo o combustível que precisa para se defender…
Uma fria noite de inverno irá mudar as suas vidas para sempre…
Aprisionados durante uma tempestade de inverno brutal, Aidan e Leta terão que conquistar a única coisa que os poderá salvar a ambos – ou destruí-los – a confiança. Conseguirão triunfar sobre todos os obstáculos?"

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Resistência - Ninguém pode decidir por ti

Título: A Resistência - Ninguém pode decidir por ti
Autor: Gemma Malley
Tradução: João Martins
Edição: Ed. Presença
Colecção: Noites Claras
Nº de páginas: 320
ISBN: 9789722345835

A Resistência é a obra que vem dar continuidade a O Pacto - o Crime de Ter Nascido, que a Presença publicou também nesta coleção. Continuamos no ano de 2140. A imortalidade foi alcançada, mas à custa de renunciar à descendência, através de um compromisso, o Pacto. Peter e Anna são dois Excedentes, duas crianças que não deviam ter nascido. Peter recebe a missão de desvendar o que se passa no programa secreto de Longevidade e é então que descobre uma verdade aterradora que o fará questionar tudo aquilo em que sempre acreditou.

Li o primeiro volume desta trilogia, O Pacto, em 2009 e lembro-me perfeitamente de, apesar da trama ser muito simples (afinal é um livro dirigido para um público YA), ter ficado muito tempo a pensar nas questões que eram levantadas ao longo da narrativa. Eram sobretudo questões ligadas à preservação da natureza e de cariz mais ambientalista, fundadas nos alertas feitos relativamente ao desenvolvimento cientifico e tecnológico que nos deixam tão confiantes de nós mesmos que até nos esquecemos que os recursos se esgotam, que tudo acaba um dia.

Penso que, A Resistência vai deixar marcas ao mesmo nível. A trama continua simples e, em alguns aspectos, bastante previsível mas Gemma Malley continua a abordar os problemas e as perturbações da alma humana de um modo especial. É subtil, quase nem damos por ela mas depois... depois damos connosco a pensar naquilo que lemos há umas horas, a reflectir sobre os sentimentos e questões profundas levantados de modo tão discreto. Os temas abordados sofrem algumas diferenças mas o que despertam no leitor é muito semelhante.

A um nível mais superficial, A Resistência é um livro sobre os dissidentes, os insatisfeitos que lutam contra o sistema instituído, aos quais se juntam Peter e Anna em missões de alto risco. A este nível encontramos uma das coisas que mais me agrada nesta série - o romance é quase nulo. (Sim, podem crucificar-me à vontade mas aquelas lamechices de se amarem todos muito e irem salvar o mundo, salvando-se a eles mesmos e ao seu amor que povoam este tipo de narrativas irrita-me em demasia. Que coisas melosas e irrealistas...!!) Os protagonistas amam-se, tentam fazer o possível para não se magoar um ao outro mas não andam sempre coladinhos e a fazer juras de amor eterno; acaba por ser uma coisa mais realista, afinal de contas quem anda por ai infiltrado, a correr riscos e vigiado a toda a hora tem mais que fazer e com que se preocupar.

A um nível mais profundo, Gemma Malley aborda o tema da resistência humana nos seus vários níveis e assumpções possíveis. Medo da morte e do que poderá, ou não, vir depois. Quem o não tem? Quantos de nós sacrificaríamos tudo para poder escapar-lhe! E depois da escolha feita, como se resiste a uma eternidade de tédio, de inutilidade e futilidade? Mas a questão só se coloca quando existem alternativas. E quando estas desaparecem porque fomos enganados? É interessante ver espelhados num livro tão simples e tão fácil de ler os maiores medos e desejos do ser humano; ler ali retratada a imensa resistência que temos à dor e à traição (porque na verdade a esperança é mesmo a última que morre), o desejo de segurança e conforto que a todos nós é comum; e, sobretudo, a resistência e força conseguidas quando lutamos por algo em que acreditamos, quando queremos apenas o fim de uma injustiça e poder decidir por nós mesmos que rumo dar às nossas vidas.

7/10

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Antes do Futuro

Título: Antes do Futuro
Autor: Jay Asher e Carolyn Mackler
Edição: Ed. Presença
Colecção: Noites Claras
Nº de páginas: 320
ISNB: 9789722348942

Ler excerto aqui

"Estamos em 1996. Quando Josh instala um CD-ROM que dá acesso a cem horas de internet gratuitas no computador de Emma, sua vizinha e melhor amiga, são ambos transportados para uma estranha página chamada Facebook onde veem versões de si mesmos quinze anos mais velhos. As suas relações, amigos, filhos, carreiras, férias... todas essas informações estão na internet e alteram-se consoante as decisões que eles tomam no dia a dia. À medida que tomam consciência do que a vida lhes reserva no futuro, Josh e Emma são obrigados a confrontar-se com o que estão a fazer certo e errado no presente..."

Antes do Futuro é um daqueles livros que nos deixam a pensar "e se...". Em 1996, Emma recebe um computador com ligação à internet (daquelas que ocupavam a linha telefónica  e que nos obrigavam a andar a mudar a tomada de ligação a toda a hora.), coisa pouco usual à época, se bem se lembram. Quando cria um endereço de e-mail, Emma vai parar a uma página estranhíssima, chamada facebook e percebe que está a ver o seu futuro.

Jay Asher e Carolyn Mackler conseguem como ninguém criar um grupo de adolescentes dos anos 90. Na minha opinião, o modo como retratam a juventude da época e as relações sociais numa escola e entre os diversos grupos, só pode significar que se lembram ambos muito, muito bem de como as coisas eram naquela altura. Não sei quem escreveu o quê mas o livro é-nos relatado a duas vozes; tanto intervém Emma como o seu vizinho e amigo de infância, Josh. São dois personagens muito diferentes, ele é mais tímido e comedido, mede mais as suas acções e as consequências que daí podem advir, enquanto que ela é mais emotiva, agindo mais por impulso e sem pensar muito bem nas coisas, sem saber bem aquilo que deseja na sua vida.
Numa fase inicial é engraçado ver o que os personagens pensam da página que lhes aparece no ecrã. Ficam sem compreender porque é que no futuro as pessoas quereriam ir para a internet contar a sua vida, comentar a vida dos outros, tornar públicas as suas fraquezas e as suas conquistas. De facto, à época, se me tivessem dito como ia ser a vida hoje acho que tinha pensado que o mundo ia ficar louco ou que me estavam a enganar. Faz-nos pensar como evoluiu o mundo e nós com ele.

À medida que a história vai evoluindo vamos conhecendo a vida amorosa dos dois personagens principais, ficamos a conhecer as  suas dores, preocupações e ambições. Josh ama Emma desde sempre mas, para ela, ele é como um irmão -  são os atletas lá da escola que lhe prendem a atenção, embora nunca se deixe envolver verdadeiramente numa relação. Entre os dois jovens há um fosso criado pela declaração de Josh e pelo facebook que, em partes iguais, os une e os separa. Josh fica contente com o que o futuro lhe reserva (um casamento e filhos com a miúda mais popular da escola), já a Emma nada lhe agrada e decide usar todas as armas ao seu alcance para mudar aquilo que vê na internet. E é aqui que entram os "e se...". As atitudes de Emma relativamente à sua vida e às vidas e decisões dos seus amigos mais chegados fazem-nos pensar nas nossas próprias atitudes e decisões. E se tivéssemos agido de forma diferente em dada situação quais seriam as repercussões na nossa vida actual? E como é que esta ou aquela atitude mudou a vida dos que nos rodeiam? 

No final... bem, no final percebemos que a vida tem mais sabor e tudo tem uma cor diferente se vivermos o momento, se não forçarmos determinados acontecimentos e aceitarmos aquilo que o destino nos reserva. É esta a grande lição a tirar deste livro. Devemos ponderar bem as nossas acções e pensar nas suas consequências na nossa vida e na vida dos outros mas devemos também aceitar o que a vida nos reserva e não nos preocupando excessivamente com o que acontece ou como acontece nas nossas vidas. 

Um livro que se lê muito bem e depressa e que tanto pode ser lido por um adulto, que o apreciará pelas memórias que desperta e pelas questões que levanta, como por um jovem adolescente que irá decerto receber a mensagem e apreciar as histórias de amor e amizade tanto dos protagonistas como dos amigos destes.

7/10

domingo, 13 de fevereiro de 2011

A Felicidade de Kati

Título: A Felicidade de Kati
Autor: Jane Vejjajiva
Tradução: Alice Rocha
Edição: Ed. Presença
Nº de páginas: 107

"Kati é uma menina tailandesa de nove anos que vive com os avós numa pequena comunidade costeira. Embora a sua vida flua a um ritmo suave, o mistério que envolve o afastamento dos pais e a saudade que sente da mãe não a deixam ser completamente feliz. Por que está a mãe ausente há tanto tempo? E onde está o pai, que ela nunca conheceu? Estas questões levam Kati a uma jornada inesquecível que a fará compreender o passado e reconciliar-se com o presente. Profundamente poética e optimista, esta é uma narrativa memorável pelo interesse dos temas que toca e pela atmosfera evocativa da cultura tailandesa."
A Felicidade de Kati, editado no passado dia 9, é o mais recente título da colecção Noites Claras. Colecção direccionada para um público mais jovem mas da qual sou fã, como bem sabem.
A Felicidade de Kati conta-nos, como o próprio nome indica, a história da pequena vida de Kati, uma menina tailandêsa que vive com os avós e cuja única coisa que se lembra acerca da mãe é a voz desta última. A vida vai correndo calma, na casa junto ao rio, entre o bom-humor do avô e os cozinhados da avó. Contudo, o desejo de voltar a ver a mãe, o desconhecimento face às circunstâncias que a levaram para longe e a curiosidade acerca do pai que nunca conheceu, nunca abandonam Kati.
Neste livro, mais do que a história de Kati, que por vezes se torna realmente comovente, o que nos deixa deliciados é a placidez, a calma tão característica das sociedades orientais e que marca toda a narrativa. Os capítulos são pequeninos e a acção decorre serenamente, dando-nos a conhecer a cultura tailandesa e os seus aspectos mais característicos. Os sorrisos são uma constante, tanto os dos personagens como os do leitor que face a algumas situações, aos comentários do avô e ao colorido que toma conta de todos os nossos sentidos.
As descrições são simples mas ricas, cheias de vida e de cor e foram para mim o ponto alto deste livro. Ao lê-las é quase como se estivéssemos face a um daqueles quadros de paisagens orientais onde se retratam os arrozais, as plantas exóticas...
Gostei bastante e estou convencida que pela abordagem a temas como o amor, a dor, as escolhas difíceis com que nos deparamos ao longo da vida, é um livro que vai agradar também ao público mais adulto.
7/10
Podem ler um excerto aqui.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Passatempo " A felicidade de Kati"

"Kati é uma menina tailandesa de nove anos que vive com os avós numa pequena comunidade costeira. Embora a sua vida flua a um ritmo suave, o mistério que envolve o afastamento dos pais e a saudade que sente da mãe não a deixam ser completamente feliz. Por que está a mãe ausente há tanto tempo? E onde está o pai, que ela nunca conheceu? Estas questões levam Kati a uma jornada inesquecível que a fará compreender o passado e reconciliar-se com o presente. Profundamente poética e optimista, esta é uma narrativa memorável pelo interesse dos temas que toca e pela atmosfera evocativa da cultura tailandesa."
A Felicidade de Kati é o mais recente título da colecção Noites Claras e está desde hoje disponível nas livrarias de todo o país. A Sombra dos Livros, em parceria com a Presença, tem para oferecer um exemplar desta obra que se tornou um bestseller e foi distinguida com o S.E.A Write Award em 2006.
Para se habilitarem a ganhar têm apenas que responder às questões que se seguem:
1- Que ruído acorda Kati todas as manhãs?
2- A quem fazem Kati e o avô uma oferenda diária?
3- Onde vive Tong?
4 - Em que ano nasceu a autora?
5 - Aos 3 anos a familia da autora mudou de cidade. Para onde foram viver?

As respostas podem ser encontradas aqui e aqui

Regras:
As respostas deverão ser enviadas via e-mail (sombradoslivros@gmail.com) até às 23:59 de dia 9 de Fevereiro.
Só será aceite uma participação por e-mail.
Só se aceitam participações de residentes em Portugal.
O vencedor será contactado via mail e anunciado no blog.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Vencedor do passatempo "O Outro Lado"

Muito boa tarde a todos.
Antes de anunciar o vencedor do passatempo "O Outro Lado" quero agradecer à Presença a parceria com o nosso blog e, obviamente, a todos os participantes. Peço ainda desculpa por desta vez me ter sido completamente impossível agradecer e acusar a recepção de todos os e-mails. As respostas às perguntas deste passatempo eram:
1 - Porque está Liz em O Outro Lado?
Porque morreu (também aceitei porque as respostas "porque sofreu um acidente de viação" e "porque foi atropelada").

2 - Quem é Lucy?
A cadela de Lizzie (uma cadela pug)

3 -Quais os principais desejos que Liz deixou por concretizar e a fazem querer voltar à Terra?tem muitas saudades dos seus pais e do seu irmão, quer acabar o secundário e ir para a faculdade e tirar a carta de condução

4 - O que acontece às pessoas em O Outro Lado?
Ninguém fica doente nem envelhece, pelo contrário, as pessoas tornam-se cada vez mais novas até voltarem a ser bebés

5 - Em que colecção da Presença está inserido este título?
Noites Claras
E o vencedor foi o Miguel Saraiva, Coimbra.
Parabéns ao Miguel e, mais uma vez, obrigada a todos.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

O Outro Lado - uma vida ao contrário

Título: O Outro Lado - uma vida ao contrário
Autor: Gabrielle Zevin
Tradução: Fernando Dias Antunes
Edição: Presença
Colecção: Noites Claras, nº7
Nº de páginas: 307

"Liz acorda no camarote de um navio, que partilha com Thandi, uma adolescente da sua idade que lhe é completamente desconhecida. Aliás, como tudo o que a rodeia, à excepção de Curtis, o vocalista da sua banda de rock preferida. Ao fim de algum tempo Liz descobre que morreu e se encontra agora em O Outro Lado, um lugar de sublime beleza, muito semelhante à Terra e, no entanto, completamente diferente. Mas Liz tem demasiadas saudades da sua vida na Terra."

Como nos sentiriamos se ao acordar tudo nos indicasse que ainda estavamos a sonhar? Qual seria a nossa reacção ao descobrir que não se trata de um sonho mas de uma nova realidade, que na verdade estamos mortos e nada é como imaginámos? Como é viver depois de morto? Estas são algumas questões que nos assaltam aquando da leitura de O Outro Lado e que nos acompanham durante algum tempo.

Liz acorda e não percebe imediatamente que morreu, quando a realidade a atinge está já em O Outro Lado, um lugar muito parecido com a Terra mas onde as leis da física são completamente subvertidas; todos os que ali vivem estão mortos e Liz não conhece ninguém. Mas isso não quer dizer que esteja só...

Quando nos debruçamos sobre este pequeno livro a primeira coisa que nos assalta é a curiosidade, algo em nós quer descobrir o máximo sobre aquele novo território, sobre quem lá vive, descobrir como morreu realmente Liz. Posteriormente as emoções da personagem começam a tomar conta de nós e damo-nos conta de que Gabrielle Zevin é uma mestre na transmissão de sentimentos e sensações, guiando a nossa mente por caminhos que muitas vezes evitamos e fazendo-nos meditar acerca das nossas próprias atitudes, daquilo que nos é realmente querido e ao qual damos de facto valor nesta vida.

Contudo, a mestria desta autora vai além desta capacidade. Mais que a descrição da vida e morte de Liz este livro é um verdadeiro exercício de filosofia no qual se mesclam teorias como a reencarnação (todos voltamos a nascer de novo), a ideia de que os que já partiram velam de algum modo por nós e ainda algumas teorias que sustentam que a morte as almas se juntam todas algures, trabalhando em si mesmas e na sua satisfação (e por vezes absolvição), aguardando o seu regresso à Terra. Embora algumas destas ideias nos possam habitualmente parecer descabidas aqui juntam-se para dar forma a uma extraordinária história de luta, esperança, amor e, porque não, de vida.
Recomendo
7/10

terça-feira, 2 de março de 2010

Se eu ficar

Título: Se eu ficar
Autor: Gayle Forman
Tradução: Rita Graña
Edição: Ed. Presença
Colecção: Noites Claras (nº5)
Nº de páginas: 218

"Naquela manhã de Fevereiro, quando Mia, uma adolescente de dezassete anos, acorda, as suas preocupações giram à volta de decisões normais para uma rapariga da sua idade. É então que ela e a família resolvem ir dar um passeio de carro depois do pequeno-almoço e, numa questão de segundos, um grave acidente rouba-lhe todas as escolhas.
Nas vinte e quatro horas que se seguem, Mia, em estado de coma, relembra a sua vida, pesa o que é verdadeiramente importante e, confrontada com o que faz com que valha mesmo a pena viver, tem de tomar a decisão mais difícil de todas. "
Está disponível a partir de hoje Se eu ficar, o mais recente título da magnífica colecção Noites Claras, uma colecção mais vocacionada para um público jovem que tem vindo a conquistar cada vez mais adultos pela qualidade das suas obras e as temáticas abordadas nas mesmas.
A sinopse diz-nos muito mas não tudo, Se eu ficar narra a história de Mia, uma violoncelista de 17 anos prestes a ingressar na afamada Julliard e que de um momento para o outro se vê (literalmente) estendida na beira da estrada após um violento acidente de carro. Mia vagueia fora do seu corpo, capaz de ver tudo o que acontece à sua volta mas incapaz de regressar à sua forma corpórea ou de mostrar aos que a rodeiam que continua ali. Com o corpo num coma profundo Mia terá de optar entre a vida e a morte, entre o descansar e esquecer tudo o que aconteceu ou ficar e enfrentar a dura realidade que é a perda de toda a família. A escolha é sua e neste processo a jovem mostrar-nos-á uma retrospectiva da sua vida, dos melhores e piores momentos e dar-nos-á a conhecer o que é verdadeiramente importante para si.
A linguagem é simples e muito acessível o que não impede a transmissão de sentimentos muito fortes e a criação de uma narrativa densa e intensa. Gostei da expectativa que a autora consegue ao alternar momentos do presente, nos quais Mia narra o que sente de momento e o que se passa no hospital à sua volta, e as recordações de Mia, a narrativa dos momentos mais importantes da sua vida e que de algum modo a marcaram.
Mais que um livro sobre a morte, a perda e a oportunidade de escolha esta é uma história de amor e música, das dificuldades que marcam todas as relações humanas, um testemunho do amor incondicional dos pais que nos leva a ponderar as nossas acções e aquilo que é realmente importante na nossa vida.
As últimas páginas lêem-se com um nó na garganta mas à velocidade da luz, tal é a vontade de saber qual a escolha de Mia. E aqui deu-se algo engraçado (ou não), enquanto lia, sem saber qual seria o desfecho, apercebi-me que depois de conhecer a personagem não conseguiria recriminá-la de no final escolhesse morrer. E este é outro dos efeitos que esta história tem no leitor, apercebemo-nos que criticar as escolhas dos demais, as suas atitudes, é um erro tremendo pois nunca podemos ter a certeza daquilo que os levou a determinado ponto, que os impeliu a praticar esta ou aquela acção.
É um livro marcante que recomendo vivamente.
8/10
PS: segundo informação que recolhi na net Se eu ficar irá ser adaptado ao cinema pela Summit Entertainment, sob a direcção de Catherine Hardwicke ("Crepúsculo" e "Aos treze"), com estreia prevista para 2011.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

A Escada de Corda

Título: A Escada de Corda
Autor:Negrito Nigel Richardson
Tradução: Jaime Araújo
Edição: Presença
Colecção: Noites Claras
Nº de páginas: 208
"Mungo adora Londres e detesta o campo. Nunca se imaginaria a viver rodeado de árvores, flores e camponeses. Mas um dia, o pai, que ele adorava, adoece gravemente e morre, deixando Mungo e a sua mãe numa situação financeira difícil.
Sem outra alternativa, são obrigados a trocar a casa de Londres por uma casinha na província. Mungo vê-se agora rodeado de tudo aquilo de que não gosta. Sente-se miseravelmente. Sozinho, sem o pai, sem amigos, com todos os problemas existenciais próprios da adolescência... É então que o insólito acontece... Mungo encontra outro Mungo em tudo semelhante a si, até no nome! Será que a chegada deste Mungo paralelo servirá apenas para duplicar o caos em que já se encontrava a vida de Mungo? Ou será que traz na manga um plano extraordinário para o ajudar? Tudo é possível neste romance surpreendente que mistura na perfeição fantástico, ficção-científica
, thriller psicológico e universos paralelos."
Está disponível a partir de hoje o mais recente número da colecção Noites Claras. Como muitos de vocês já sabem, apesar de ser uma colecção mais vocacionada para um publico jovem, os livros costumam tratar temas muito interessantes e podem ser lidos com prazer tanto pelos mais novos como por adultos.
A personagem principal desta narrativa é Mungo, um adolescente londrino com o qual não simpatizei nada ao inicio. É um filho de uma família abastada que se acha superior aos demais e se diverte a fazer asneiras, a beber, a fazer pequenos furtos, a rebaixar os outros e a gozar e espancar os mais vulneráveis. A mãe, como tantas vezes, pensa que o filho é um prodígio, um exemplo a seguir.
Depois de um episódio nada feliz em Londres encontramos Mungo e a sua mãe em plena mudança para o campo. O pai de Mungo morreu de doença súbita e deixou a família na falência obrigando a mãe a voltar para a aldeia e para a casa onde havia sido criada. Rapidamente percebemos que a "Aldeia dos Mortos" - como a apelida Mungo - é um lugar que apesar de não muito distante de Londres, parou no tempo. Não há lojas de CD's, não há mercearias modernas, os habitantes para além de maioritariamente idosos, não seguem as tendências da moda e têm ocupações muito pouco citadinas. A aversão de Mungo pelo local é instantânea mas nada pode fazer para contrariar a realidade.
Mas num lugar onde nada de extraordinário parece acontecer, a vida de Mungo vai sofrer uma reviravolta espantosa e o insolito vai imperar após uma tarde de chuva em que Mungo conhece um jovem bimbo com quem partilha não apenas o nome mas muitas outras coisas... Depois desse primeiro "encontro", o Mungo bimbo desaparece e o leitor, tal como o personagem principal, começa a perceber que por alguma razão desconhecida apenas é possível encontrá-lo em ocasiões de chuva algo intensa. A partir daqui nada é aquilo que parece... E no final, que se revela surpreendente, acabamos por gostar de Mungo (devia dizer dos Mungo) e perdoar-lhe algumas das suas atitudes.
Gostei bastante da ideia em torno da qual se desenvolve esta história, uma ideia feita de "ses" , de opções que quando tomadas criam um universo que se torna real mas que podia não o ser se a escolha feita tivesse sido outra. Para perceberem melhor...fez-me lembrar um pouco o Donnie Darko, numa versão mais soft ou o Efeito Borboleta (não sei se já viram estes filmes). A teoria dos mundos paralelos, do viajar de uns para outros e conseguir viajar através do tempo e do espaço, as realidades que se moldam às escolhas que fazemos. A escrita do autor é leve e fluída o que nos permite avançar na estória apesar desta complicada temática subsequente e os estranhos personagens acabam por nos cativar de uma forma que inicialmente não prevíamos.
Enfim, ficção-cientifica à parte é uma narrativa algo estranha mas que acaba por envolver-nos e despertar em nós a curiosidade não só em relação à história de Mungo mas também à nossa própria história. O que poderia ser diferente se em determinada ocasião a nossa escolha tivesse sido outra? E se não tivéssemos tomado esta ou aquela atitude? Pode ser uma boa escolha para este Natal.
7/10
Nota:
A Presença também edita hoje o mais recente título de Sandra Carvalho, "A Sacerdotisa dos Penhascos".

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Por Treze Razões

Título: Por Treze Razões
Autor: Jay Asher
Tradução: Alice Rocha
Edição: Ed. Presença
Nº de páginas: 308

"Naquele dia quando Clay regressou da escola, encontrou à porta de casa uma estranha encomenda com o seu nome escrito, mas sem remetente. Ao abri-la descobre que, dentro de uma caixa de sapatos, alguém colocara sete cassetes áudio, com os lados numerados de um a treze. Graças a um velho leitor de cassetes Clay prepara-se para ouvi-las quando é sobressaltado pela voz de Hannah Baker de dezasseis anos, que se suicidara recentemente e por quem ele estivera apaixonado. Na gravação, Hannah explica os seus treze motivos para pôr fim à vida, que a cada um deles correspondia uma pessoa e que todas elas iriam descobrir na gravação o seu contributo pessoal para aquele trágico desfecho."
Por Treze Razões está disponível a partir de hoje, 20 de Outubro, numa livraria perto se si... Este é o 3º volume da colecção «Noites Claras», uma colecção original direccionada para o público juvenil, onde são incluídos assuntos relacionados com os problemas mais sérios da adolescência e da juventude. Uma colecção que, como já devem ter reparado, sigo com o maior dos prazeres.
O que leva uma jovem de 16 anos a cometer suicídio? Como pode alguém tomar uma decisão destas? É repentino ou será pensado? As respostas a estas e outras perguntas relacionadas com o tema são-nos respondidas de uma forma tocante num relato devastador mas belíssimo feito a duas vozes. Por um lado temos Clay, um jovem que amava em segredo uma rapariga que se suicida sem que ele lhe tenha revelado os seus verdadeiros sentimentos. Por outro lado temos a voz de Hannah que quando se vê sufocada pela vida e toma a decisão de deixar tudo para trás, deixa também algumas cassetes nas quais revela os seus motivos.
É verdadeiramente estranha a sequência de sentimentos que experimentamos ao fazer esta viagem pelos últimos meses de vida da personagem, o modo como à medida que vamos lendo nos assaltam a memória episódios que pensávamos há muito esquecidos, coisas que nos fizeram, coisas que fizemos... " Ninguém pode ter a certeza do impacte que exerce na vida dos demais. A maior parte das vezes, nem nos passa pela cabeça. E, não obstante, não podemos evitar exercê-lo." É este o coração de toda esta narrativa, quem nunca sofreu danos colaterais por algo que outro alguém fez? Quem nunca provocou algum tipo de dor noutra pessoa mesmo que não intencionalmente? E se as nossas acções impensadas levarem alguém a um acto tão desesperado como o suicídio, como vamos reagir ao sabê-lo? E se sentirmos que podíamos ter salvo alguém se tivéssemos tido coragem para dizer o que sentimos ou simplesmente para agir de modo diferente em determinada altura?
Longe de ser um incentivo ao suicídio, esta belíssima narrativa é um elogio à vida, um relato de situações pelas quais todos passamos uma vez na vida, um retrato da dor provocada pela impotência e pela perda mas sobretudo um incentivo a ser diferente, a olhar os outros "com olhos de ver" e a respeitar a diferença que torna cada ser humano único. Tudo isto conseguido através de uma escrita muito simples e muito jovem que deixa o leitor completamente desarmado e que o leva a identificar-se com os personagens e as situações.
Apesar de direccionado para um público mais jovem só posso dizer... Adorei.
9/10
Para mais informações ou para matar a curiosidade podem recorrer ao site oficial ou ao blog do autor.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Quantas estrelas tem o céu?

Titulo: Quantas estrelas tem o céu?
Autor: Giulia Carcasi
Tradução: Madalena Guerra
Edição: Ed. Presença
Nº de páginas: 340 (196+144)

"Alice e Carlo, os protagonistas deste romance, são dois jovens de dezoito anos a terminar o secundário. Sonhadores, rebeldes e vulneráveis, vivem intensamente o turbilhão de experiências e emoções que agita os seus dias e a entrada num mundo adulto que ainda compreendem mal. Um romance contado a duas vozes, de Alice e de Carlo, duas perspectivas distintas que se complementam, duas histórias que se reflectem uma na outra e se encontram na descoberta e no desejo de um amor verdadeiro e profundo. Um olhar lúcido e real sobre a vida de dois jovens adolescentes, temperado com a dose certa de romantismo."

Ler este romance, que saiu para as nossas livrarias em Agosto, foi como voltar de novo à escola secundária. Regressar de novo a um tempo em que tudo é grande e intenso, qualquer pequena zanga, qualquer paixoneta ganha ali dimensões apocalípticas e nós sempre preocupados, sempre querendo viver tudo ao mesmo tempo;voltei a uma época em que não pensamos, não vivemos, simplesmente "adolescemos"...

Alice e Carlo contam-nos em primeira mão todo o seu percurso pelo 12º ano até à entrada na faculdade. Acompanhamo-los nesta viagem repleta de amores frustrados, de desejo de experimentar, de necessidade de aceitação, de problemas com os pais entre outras coisas tão típicas desta fase da vida que nos molda e nos torna naquilo que seremos mais tarde.

A escrita é simples como se espera de uma narrativa na primeira pessoa, ao estilo "diário" e pontuada com pensamentos com os quais me identifiquei bastante (revendo aquilo que fui e pensava) principalmente em relação à Alice. O humor e os episódios que nos fazem rir povoam toda a narrativa, tornando-a leve e bem disposta até nos momentos que parecem mais penosos para os personagens. Um aspecto que me agradou bastante nesta edição, não sei se aconteceu o mesmo com a edição italiana, foi o facto de o livro estar dividido em duas partes podendo ser lido como dois livros em separado - até o sentido de ambos está invertido, isto é, o livro de Carlo está "de pernas para o ar" em relação ao de Alice - até as capas são diferentes.

Recomendo a quem tenha filhos adolescentes (talvez os compreendam melhor), aos próprios adolescentes (para que vejam que "adolescer" é igual em praticamente todo o mundo e as coisas não lhes acontecem só a eles). Desaconselho a quem não gosta de livros virados para um público mais adolescente e/ou com uma linguagem marcadamente jovem.
6/10

quinta-feira, 30 de julho de 2009

O Pacto - O Crime de ter Nascido

Título: O Pacto - O crime de ter nascido
Autor: Gemma Malley
Tradução: João Martins
Edição: Editorial Presença
Nº de páginas: 287
"Planeta Terra, ano 2140. A ciência oferece aos humanos a possibilidade de se tornarem imortais, mas, dada a escassez de recursos, a imortalidade só é garantida à custa da renúncia à descendência. O Pacto é o compromisso que sela tal decisão. Quebrá-lo é ir contra as leis da Natureza, e as consequências são aterradoras. Anna conhece-as demasiado bem. É uma Excedente, uma criança que não deveria ter nascido. Desde bebé que está em Grange Hall, a instituição que prepara todos os Excedentes para o terrível destino que os espera no mundo exterior. Mas um dia recebe a visita de Peter, um jovem Excedente que vem revolucionar para sempre a sua visão de si própria e do mundo… Uma estreia absolutamente original."
Ainda que nos possa parecer um livro direccionado para um público mais jovem, pela sua temática e pelas questões que levanta, esta é uma obra que pode ser desfrutada pelo público mais adulto sem quaisquer problemas.
Partindo de uma permissa que nos é muito familiar - a vida actual com todas as suas doenças, problemas ambientais e sobretudo o medo da velhice e da morte - a autora faz um verdadeiro exercício de Filosofia que nos leva a um verdadeiro campo de concentração (Grange Hall) em 2140. O mundo tornou-se num lugar muito diferente, um local ainda menos simpático e mais egoísta e é esta nova realidade que dá que pensar ao leitor.
Como consequência da visão egocêntrica e egoísta que o Homem tem do planeta no início do século XXI, pensando sempre que reciclar chegava, que a crise ecológica vinha muito longe e que para a travar bastava não andar tanto de carro, a sociedade mundial assiste a um esgotamento quase total das reservas energéticas. Simultâneamente, os cientistas descobrem o modo de prolongar indefinidamente a vida, evitando doenças e a grande maioria das naturais consequências do envelhecimento humano. Estas novas realidades levam a que as autoridades invertam a ordem natural da vida, contrariando a natureza - para que os velhos possam viver para sempre é condenada a nova vida e os nascimentos são proibidos por lei pois cada novo ser humano põe em perigo toda a Humanidade sendo visto apenas como mais um que vem esgotar os parcos recursos disponíveis. Contudo, há quem resista a esta nova visão da vida e tudo faça para que um dia o Homem possa "regressar às origens".
Além de levantar questões sobre os avanços da ciência e da tecnologia na sociedade actual (e sobre as suas possíveis consequências), Gemma Malley apresenta-nos alguns personagens que se tornam interessantes sobretudo pelo modo como retratam o comportamento e o pensamento humanos em situações de grande adversidade. É uma boa leitura de praia ou de fim-de-semana pois, apesar da temática implícita nos deixar a pensar e de a história ser algo previsível, a escrita é ligeira, o livro é pequenino e a tradução pareceu-me bastante boa.
7/10 (seria um 6.5 mas...)