segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Sepulcro

Título: Sepulcro
Autor: Kate Mosse
Tradução: Maria João Freire de Andrade
Edição: Livros d' Hoje
Nº de Páginas: 656

"Meredith Martin chega a Domaine de la Cade para fazer uma pesquisa para a biografia de Claude Debussy. Mas tem o desejo de descobrir as origens da sua família, que remontam à região. As únicas chaves que tem são a velha partitura de piano, as fotos antigas que a sua mãe lhe deixou e as cartas em que nunca acreditou. De imediato é cativada pela trágica história da casa, que se diz ser assombrada, e pelo destino de Léonie Vernier – uma jovem que em 1981 rumou a Domaine de la Cade com o seu irmão e que em 1987, no dia de Todos-os-Santos, desaparece sem deixar vestígios. Nessa mesma noite, numa pequena aldeia do vale, um sacerdote idoso e recluso é brutalmente assassinado. As únicas ligações entre os dois acontecimentos são a música fantasmagórica que paira no ar nos antigos bosques da montanha e a carta de tarot colocada na mão do morto: a carta XV, O Diabo. Os assassinos nunca foram julgados e o corpo de Léonie nunca apareceu. Quando Meredith vê um antigo túmulo escondido dentro do recinto e ouve a música fantasmagórica que ecoa durante a noite, percebe que a história das cartas está longe de estar morta e enterrada. Contra a sua vontade, vê-se numa corrida contra o tempo, tanto para encontrar o tarot de Vernier como para solucionar o antigo mistério do desaparecimento de Léonie, sem se tornar ela própria a mais recente vítima."
Não li o primeiro volume desta trilogia. Li boas críticas sobre ele mas, não sei muito bem porquê, não me chamou a atenção, ou não se sobrepôs a outros títulos que à época lhe faziam concorrência na minha lista de livros a adquirir. Não senti que tal fosse indispensável para a leitura deste segundo volume, fiquei, isso sim, com uma tremenda vontade de ler o primeiro quando terminei esta leitura.
Neste livro há muitas histórias que se entrelaçam, formando uma espécie de tapeçaria que permite ao leitor conhecer não apenas a família em foco mas as diferentes facetas dos diversos personagens. As duas histórias centrais da trama são separadas por cerca de 200 anos, contudo, a sua ligação é mais forte e mais complexa do que o leitor pode, de início, supor.
Em 1897 terríveis acontecimentos têm lugar em Domaine de la Cade, deixando uma família quase dizimada na sua totalidade; em 2007, no mesmo Domaine de la Cade, Meredith, encara a maldade e a morte de frente, enquanto tenta desvendar a verdade sobre o seu passado e as raízes da sua família. Ainda que de início a tarefa lhe parecesse apenas mais um trabalho de investigação, naqueles terrenos nem tudo é o que parece e o sobrenatural espreita a cada esquina.
Pessoalmente, gostei muito mais da trama de 1897 do que da história passada na actualidade mas penso que isso se deve sobretudo às magnificas descrições de Paris e Carcassonne da época feitas pela autora. Este é verdadeiramente um dos pontos altos deste livro, a descrição da vida e costumes da época, bem como a capacidade de nos fazer ver os cenários descritos, são sem dúvida elementos que deixam o leitor siderado. Uma surpresa muito positiva foi também o modo como a autora conseguiu interligar as duas histórias centrais, como, sem perder consistência, nos vai guiando do século XIX ao XXI para depois nos levar a recuar no tempo mais uma vez. É aqui que o sobrenatural marca presença de modo mais acentuado mas tal serve para apimentar a história e despertar a curiosidade do leitor pois o mistério persiste até ao fim e, embora o ritmo de toda a narrativa seja muito constante, está longe de ser rápido, é este suspense que nos faz virar as páginas.
Gostei bastante embora o, já referido, ritmo da narrativa não tenha contribuído para uma leitura tão rápida como o normal. É um livro para ler com calma e, de preferência, ao som de Debussy (eu fiz a experiência e adorei...).
7/10

1 comentário:

Miguel Pestana disse...

humm parece interessante