quarta-feira, 31 de março de 2010

Passatempo "O Clã da Loba"

A Sombra dos Livros em parceria com a Editorial Presença tem para vos oferecer dois exemplares de "O Clã da Loba" da catalã Maite Carranza. O mais recente título da Colecção Via Láctea que vendeu 35 000 exemplares em Espanha em apenas quatro meses, sem qualquer campanha de marketing, estará disponivel nas livrarias dia 6 de Abril. Para se habilitarem a ganhar um destes exemplares têm apenas que ler responder às seguintes questões:

1- Qual o nome dos dois clãs de bruxas que travam uma guerra permanente e sem fim à vista?
2- Qual o nome da personagem principal de "O Clã da Loba"?
3 -Quais os outros dois títulos que compõem a trilogia "A Guerra das Bruxas"?
4- Em que ano publicou Maite Carranza a sua primeira obra de literatura juvenil?
5 -De que colecção da Editorial Presença fará parte este título?

Enviem as vossas respostas para o mail do blog (sombradoslivros@gmail.com) até às 23:59h do dia 6 de Abril. As regras são as do costume - Só será aceite uma participação por pessoa bem como por morada. Os participantes devem ser residentes em Portugal e enviar os seus dados pessoais (nome, morada e e-mail) juntamente com as respostas.
Para vos ajudar na resposta deixo-vos a sinopse e dois links que podem consultar... Boa Sorte!!
"Desde que há memória, dois clãs de bruxas, as Omar e as Odish, vivem em permanente conflito, incapazes de conciliar as suas diferenças ancestrais. Apenas uma velha profecia deixa entrever alguma esperança de no futuro a eleita conseguir unir ambas as tribos. E agora todos os sinais confirmam que a chegada dessa eleita está próxima. Quando Anaíd, uma jovem de catorze anos, acorda uma manhã e verifica que a mãe desapareceu, pensa que lhe poderá ter acontecido todo o tipo de coisas, menos que a sua mãe é uma bruxa Omar e considerada por todas aquela de que a profecia fala…"

Site oficial da autora

Blog oficial da autora

quinta-feira, 25 de março de 2010

O Braço esquerdo de Deus

Título: O Braço esquerdo de Deus
Autor: Paul Hoffman
Tradução: Mário Dias Correia
Edição: Porto Editora
Nº de páginas: 396
"Escutem. O Santuário dos Redentores, em Shotover Scarp, é uma mentira infame, lá ninguém encontra santuário e muito menos redenção.
O Santuário dos Redentores é um lugar vasto e isolado - um lugar sem alegria e esperança. A maior parte dos seus ocupantes foi levada para lá em criança e submetida durante anos ao brutal regime dos Redentores, cuja crueldade e a violência têm apenas um objectivo - servir a Única e Verdadeira Fé. Num dos lúgubres e labirínticos corredores do Santuário, um jovem acólito ousa violar as regras e espreitar por uma janela. Terá talvez uns catorze ou quinze anos, não sabe ao certo, ninguém sabe, e há muito que esqueceu o seu nome verdadeiro - agora chamam-lhe Cale. É um rapaz estranho e reservado, engenhoso e fascinante. Está tão habituado à crueldade que parece imune a ela, até ao dia em que abre a porta errada e testemunha um acto tão terrível que a única solução possível é a fuga.
Mas os Redentores querem Cale a qualquer preço... não por causa do segredo que ele sabe mas por outro de que ele nem sequer desconfia."
Já terminei a leitura deste livro há uns dias, embora não me tenha sido possível publicar a minha opinião antes, mas não sei ao certo o que de mais importante me ficou no final do processo de leitura. As críticas que tenho lido confirmam o meu sentir, não é um livro que reúna consenso, uns adoraram, outros sentiram-se defraudados. Quanto a mim, penso que esperarei pela edição do segundo volume da trilogia para poder dizer se, de facto, me agradou ou a decepção suplanta o prazer que, em bastantes momentos me proporcionou esta leitura.
Devo reconhecer que gostei muito do modo como o autor escreve, das analogias usadas pelos seus personagens. Alguns destes conseguiram conquistar-me, principalmente IdrisPukke com o seu particular sentido de humor e modo de encarar a vida e as suas adversidades. O mundo criado, vincadamente medieval, agradou-me bastante e fez-me lembrar simultâneamente a Inglaterra e os ducados "italianos" da Idade Média. Os governantes faustosos recorrendo a políticas que facilmente poderíamos atribuir a Maquiavel para unificar e expandir os seus territórios; a riqueza das classes altas contrastando com a podridão das classes baixas; a ignorância geral quanto aquilo que se passa para lá dos muros do Santuário à qual se opõe a ignorância dos jovens ali retidos que desconhecem por completo a realidade do mundo que rodeia a prisão em que vivem.
Numa fase inicial, este é um livro que promete bastante, toda a vida dentro do Santuário, a envolvência de fanatismo religioso que marca os Redentores e alguns dos seus acólitos, as artimanhas usadas pelos acólitos para conseguirem sobreviver num mundo em que a violência gratuita e a brutalidade são uma garantia e uma constante, são aspectos que nos deixam agarrados às páginas, deixando-nos curiosos, transmitindo-nos repulsa, desejo de vingança e uma enorme expectativa naquilo que será a vida de Cale depois da descoberta que fez ao abrir a porta certa no momento errado. A sua fuga deixa-nos em sobressalto, temendo que algo possa correr mal a qualquer momento mas sempre esperando que o jovem seja bem sucedido.
Contudo, numa fase pós-fuga a intriga política tem início e as perguntas que esperávamos ver respondidas não o são de todo, a narrativa toma um rumo que eu não esperava e que não sei se me agradou de todo, transformando o final em algo previsível mas simultâneamente confuso que não agrada e com detalhes que parecem forçados. Não obtive resposta a muitas das minhas questões - embora tenha esperança de que tal aconteça num próximo volume da trilogia - e há algumas partes da estória que não consigo acabar de compreender para que serviram ou poderão servir no futuro.
Apesar dos pontos negativos, foi uma leitura que me deu bastante prazer e que, sei, pode agradar muito a vários amantes do fantástico. Espero que editem em breve o próximo volume para poder cimentar de uma vez a minha opinião acerca de Cale e das suas desventuras.
6/10

terça-feira, 23 de março de 2010

1º aniversário do novo site da Presença

Como forma de comemorar o aniversário do lançamento do novo site a Presença brinda os seus clientes com uma óptima campanha.
Se estão registados no site aproveitem esta oportunidade, se não estão...já sabem o que têm que fazer. A campanha é válida para as compras efectuadas hoje e pagas até dia 28, inclusive.



segunda-feira, 22 de março de 2010

De regresso ao mundo dos vivos...

Quero começar por pedir-vos desculpa por esta, devo dizer, não desejada, ausência de quase 10 dias. Tinha ideias para post em dias concretos que acabaram por não se concretizar porque a vida dá tantas voltas que às vezes só se complica. Mas estamos de volta ao activo, ou assim o espero, e pretendemos redimir-nos - não sei se conseguiremos mas vamos decerto tentar.


Já vai tarde mas...tenho que falar nisto. Tal como tínhamos planeado, na sexta -feira, dia 12, pegámos no carro, lançámo-nos à A6 e rumámos a Lisboa para "conhecer" pessoalmente Charlaine Harris no Maxime. Foi um fim de tarde muito, muito bom. Além de o espaço ser espectacular e nos remeter um pouco para a vida dos cabarés, o mistério dos ambientes com pouca luz e etc (que, acho, se adequava à temática e ambiente das narrativas mais conhecidas da autora), a tarde também valeu muito a pena pelas pessoas que encontrámos e que conhecemos. Gostei particularmente da oportunidade de conhecer a Sofia do blog Morrighan com quem partilhámos a mesa e a maior parte da conversa.

Como podem ver pela foto que, confesso, roubei do facebook da editora (as minhas desculpas ao fotógrafo), foi a uma sala cheia que a autora se dirigiu sempre num tom muitíssimo bem-humorado e que transbordava simpatia. Essa foi aliás a surpresa da tarde para todos os que lá se encontravam, a simplicidade e a simpatia bem como o bom humor com que Charlaine nos brindou. Ninguém estranharia se a 5ª autora mais vendida nos E.U.A tivesse as suas manias mas Charlaine acabou por nos surpreender pela positiva.
Os fãs presentes puderam ainda adquirir o mais recente livro da saga True Blod - Sangue Furtivo - e vê-lo, bem como os volumes que transportaram consigo, autografados pela autora. Cá por casa andam uma pequena colecção de assinaturas...

(Alice -de casaco verde-, Charlaine Harris e Bailarina)

Enfim, foi um belo final de tarde que iremos recordar e pelo qual queremos agradecer à SdE que convidou a autora a integrar Portugal na sua curta tournee pela Europa.

domingo, 14 de março de 2010

Na Sombra da Noite

Título: Na Sombra da Noite
A Irmandade da Adaga Negra
Autor: J.R. Ward
Tradução: Fernando Vilas-Boas
Edição: Casa das Letras
Nº de páginas: 428

"Nas sombras da noite da cidade de Caldwell, em Nova Iorque, trava-se uma guerra territorial entre vampiros e seus caçadores. Ali existe um bando secreto de irmãos sem igual - seis guerreiros vampiros, defensores da sua raça. Mas nenhum deseja mais a morte dos seus inimigos que Wrath, o chefe da Irmandade da Adaga Negra.Único vampiro de puro-sangue que resta no mundo, Wrath tem contas a ajustar com os matadores que lhe levaram os pais, séculos atrás. Mas quando um dos seus mais estimados combatentes é assassinado - deixando órfã uma filha meio-sangue desconhecedora da sua herança e do seu destino - Wrath tem de tratar do acolhimento da bela fêmea no mundo dos não-mortos.Transformada por uma inquietude no seu corpo que não conhecia, Beth Randall não tem defesas contra o homem perigosamente excitante que vem visitá-la durante a noite, com os olhos encobertos. As suas histórias de irmandade e sangue assustam-na. Mas o seu toque acende uma fonte crescente que ameaça consumir ameaça consumir ambos."
Para ser sincera não sei muito bem aquilo que hei-de dizer acerca deste livro, gostei da história mas, talvez pela descrição que achei excessiva e repetitiva e que me fez quebrar o ritmo da leitura algumas vezes, só consegui que me prendesse nos últimos capítulos. A leitura foi também dificultada por aspectos de impressão como o tamanho diminuto das letras e o parco espaçamento entre as linhas. Isto tudo para não falar nas gralhas que são mais que muitas.
Ainda assim, devo dizer que a estória em si é bastante interessante, relatando-nos o romance entre um vampiro -Wrath- e uma jovem mestiça -Beth- filha de uma humana e de um vampiro e a transição desta jovem para vampira "completa".
Como pano de fundo temos a Irmandade da Adaga Negra, formada por seis guerreiros vampiros, cada qual com sua maldição, com o intuito de proteger todos os outros vampiros. Embora incidindo numa estória de amor, a narrativa é muito pouco lamechas marcado pela intriga e com uma forte componente erótica.
Tal como têm acontecido com alguns dos romances mais recentemente editados, os vampiros descritos não obedecem ao padrão tradicional e à descrição a que estamos mais habituados e este é um ponto positivo na narrativa pois estes personagens são usados para transmitir valores tradicionais como a amizade,a coragem e a honra.
Penso que a leitura poderá agradar aos fãs das histórias de vampiros e de um mundo mais dark, embora não seja, para mim, das melhores narrativas do género (factor que também pode mudar depois da leitura do próximo volume).
6/10

quinta-feira, 11 de março de 2010

Sangue Furtivo / Charlaine Harris


É já amanhã, dia 12, que os fãs da saga Sangue Fresco vão ter a oportunidade de conhecer a autora da série, Charlaine Harris, que visita o nosso país a convite da editora Saída de Emergência. O evento terá lugar pelas 18h no Cabaré Maxime, em Lisboa. Caso tenham alguma dúvida quanto à localização podem consultar um mapa aqui.
A editora têm ainda planeado abrilhantar um pouco mais o evento com o pré-lançamento de Sangue Furtivo, o mais recente título da série que apenas estará disponível nas livrarias (e sem o almejado autógrafo) dia 16. esperamos ver alguns de vós amanhã no Maxime, por ora deixamo-vos aqui a capa e a sinopse.
"Sookie Stackhouse, uma empregada de bar na pequena vila Bon Temps, não é alheia a experiências sobrenaturais. Mas agora estranhos acontecimentos estão a mexer com a sua família e nunca antes o sobrenatural esteve tão próximo. Quando Sookie repara que os olhos do seu irmão Jason começam a modificar-se, ela percebe que ele está prestes a transformar-se numa pantera pela primeira vez - uma transformação mais rápida e intuitiva do que a maioria dos metamorfos que ela conhece. Mas a preocupação de Sookie torna-se mais intensa e assustadora quando um atirador furtivo aponta a sua mira para os metamorfos locais, e os novos “irmãos” felinos de Jason começam a suspeitar que ele pode estar por trás dessa mira. Sookie tem até à próxima lua cheia para descobrir quem está envolvido nestes ataques… a menos que o atirador decida encontrá-la primeiro..."

quarta-feira, 10 de março de 2010

A Guilda dos Mágicos

Título: A Guilda dos Mágicos
Autor: Trudi Canavan
Tradução: Andreia Mendonça
Edição: Bertrand Editora
Nº de páginas: 446

"Todos os anos os mágicos de Imardin reúnem-se para purgar as suas ruas da cidade. Mestres de disciplina e da magia, sabem que ninguém se pode opor à sua vontade. Porém, o seu escudo protector não é tão impenetrável quanto acreditam. Quando uma multidão de pessoas é expulsa da cidade, Sonea, uma jovem rapariga, enraivecida com a autoridade dos mágicos e do tratamento que impuseram à sua família levando-os à miséria, atira uma pedra ao escudo. Para espanto de todos, a pedra atravessa o escudo e deixa um dos mágicos inconsciente. Trata-se de um acto inconcebível, e a Guilda dos Mágicos apercebe-se que o seu pior pesadelo se tornou realidade: existe alguém com poderes mágicos por treinar à solta pelas ruas, e deverão encontrá-la o mais depressa possível, antes que os seus poderes fora de controlo libertem forças que irão destruí-la a ela e à cidade."
A Guilda dos Mágicos é o primeiro volume da Trilogia do Mágico Negro, uma das mais recentes apostas da Bertrand no que toca ao fantástico. Neste volume temos um primeiro contacto não só com os personagens mas com todo um mundo marcadamente medieval no qual se desenrola a acção. Toda a história começa no dia da "Purificação", uma tradição levada a cabo pela Guilda dos Mágicos e que visa purgar a cidade de Imardin de todo e qualquer pobre, ladrão ou ser mais desafortunado que povoe as ruas. Um grupo de jovens junta-se para desfiar os Mágicos e, no meio da confusão, Sonea, uma jovem pobre habitante de uma das favelas da cidade, consegue o impensável e quebrando as barreiras de protecção mágicas atinge um dos Mágicos com uma pedra. A partir deste momento inicia-se uma fuga e perseguição que levará os personagens deste livro a percorrer toda a cidade, muitas vezes pelos caminhos mais inusitados.
A estória divide-se em duas partes, a fuga/perseguição propriamente dita e uma segunda parte mais centrada na Faculdade, nos domínios da Guilda dos Mágicos. Um ponto positivo é a narrativa na 3ª pessoa que nos proporciona uma visão mais lata dos acontecimentos, pois vai-nos mostrando o que acontece através do ponto de vista tanto de Sonea como dos ladrões que a ajudam a fugir e dos mágicos que a perseguem. Aqui devo ainda destacar os diálogos que, ainda que possam por vezes parecer excessivos, são bastante relevantes para o desenrolar da acção e fornecem-nos algumas pistas. Neste ponto tenho ainda que referir o bom trabalho de tradução, sem ele os diálogos haviam perdido não só toda a piada como muitos deles deixariam de fazer qualquer sentido.
Apesar da história estar bem construída e da ideia base de toda a narrativa ser bastante sólida, não há nada realmente novo e o que melhor podia ter sido aproveitado pela autora para nos cativar e nos fazer entrar no seu novo mundo foi um pouco negligenciado. Isto é, em relação às personagens ficamos com a sensação que algumas nos caíram ao colo vindas não se sabe de onde e mesmo aquelas que nos seguem durante toda a narrativa têm aspectos algo menos bem explicados, ficamos sem saber como chegaram a determinado ponto do seu percurso ou o porquê de determinadas decisões. Os cenários são também um ponto muito pouco explorado. Este novo mundo é-nos dado a conhecer apenas ligeiramente e mesmo a cidade de Imardin onde se centra toda a acção é pouco explorada e explicada. Os domínios da Guilda dos Mágicos, na segunda parte da narrativa, prometiam um aproveitamento que não se concretizou.
Ainda que peque por estes aspectos e pela falta de intriga secundária, é um livro que se lê bastante bem e que no final, mesmo, mesmo no finalzinho, nos deixa com a pulga atrás da orelha e nos levanta a curiosidade para o próximo volume.
Penso que será o ideal para um público mais jovem em busca de uma narrativa que consiga com sucesso a transição de uma leitura mais young e simples para algo um pouco mais adulto que os possa levar depois a descobrir novos mundos.
6/10

terça-feira, 2 de março de 2010

Se eu ficar

Título: Se eu ficar
Autor: Gayle Forman
Tradução: Rita Graña
Edição: Ed. Presença
Colecção: Noites Claras (nº5)
Nº de páginas: 218

"Naquela manhã de Fevereiro, quando Mia, uma adolescente de dezassete anos, acorda, as suas preocupações giram à volta de decisões normais para uma rapariga da sua idade. É então que ela e a família resolvem ir dar um passeio de carro depois do pequeno-almoço e, numa questão de segundos, um grave acidente rouba-lhe todas as escolhas.
Nas vinte e quatro horas que se seguem, Mia, em estado de coma, relembra a sua vida, pesa o que é verdadeiramente importante e, confrontada com o que faz com que valha mesmo a pena viver, tem de tomar a decisão mais difícil de todas. "
Está disponível a partir de hoje Se eu ficar, o mais recente título da magnífica colecção Noites Claras, uma colecção mais vocacionada para um público jovem que tem vindo a conquistar cada vez mais adultos pela qualidade das suas obras e as temáticas abordadas nas mesmas.
A sinopse diz-nos muito mas não tudo, Se eu ficar narra a história de Mia, uma violoncelista de 17 anos prestes a ingressar na afamada Julliard e que de um momento para o outro se vê (literalmente) estendida na beira da estrada após um violento acidente de carro. Mia vagueia fora do seu corpo, capaz de ver tudo o que acontece à sua volta mas incapaz de regressar à sua forma corpórea ou de mostrar aos que a rodeiam que continua ali. Com o corpo num coma profundo Mia terá de optar entre a vida e a morte, entre o descansar e esquecer tudo o que aconteceu ou ficar e enfrentar a dura realidade que é a perda de toda a família. A escolha é sua e neste processo a jovem mostrar-nos-á uma retrospectiva da sua vida, dos melhores e piores momentos e dar-nos-á a conhecer o que é verdadeiramente importante para si.
A linguagem é simples e muito acessível o que não impede a transmissão de sentimentos muito fortes e a criação de uma narrativa densa e intensa. Gostei da expectativa que a autora consegue ao alternar momentos do presente, nos quais Mia narra o que sente de momento e o que se passa no hospital à sua volta, e as recordações de Mia, a narrativa dos momentos mais importantes da sua vida e que de algum modo a marcaram.
Mais que um livro sobre a morte, a perda e a oportunidade de escolha esta é uma história de amor e música, das dificuldades que marcam todas as relações humanas, um testemunho do amor incondicional dos pais que nos leva a ponderar as nossas acções e aquilo que é realmente importante na nossa vida.
As últimas páginas lêem-se com um nó na garganta mas à velocidade da luz, tal é a vontade de saber qual a escolha de Mia. E aqui deu-se algo engraçado (ou não), enquanto lia, sem saber qual seria o desfecho, apercebi-me que depois de conhecer a personagem não conseguiria recriminá-la de no final escolhesse morrer. E este é outro dos efeitos que esta história tem no leitor, apercebemo-nos que criticar as escolhas dos demais, as suas atitudes, é um erro tremendo pois nunca podemos ter a certeza daquilo que os levou a determinado ponto, que os impeliu a praticar esta ou aquela acção.
É um livro marcante que recomendo vivamente.
8/10
PS: segundo informação que recolhi na net Se eu ficar irá ser adaptado ao cinema pela Summit Entertainment, sob a direcção de Catherine Hardwicke ("Crepúsculo" e "Aos treze"), com estreia prevista para 2011.