sábado, 31 de outubro de 2009

Um "cheirinho" de Nicholas Sparks...


O passatempo "A Melodia do Adeus" está já na recta final e para vos aguçar a vontade de deitar as mãos a mais esta obra de Nicholas Sparks, deixo-vos aqui um "cheirinho" do livro que estará disponível nas livrarias a partir de dia 3 de Novembro (próxima terça-feira).

Bom fim-de-semana, boas leituras e boa sorte...

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Passatempo "Melodia do Adeus" de Nicholas Sparks

A Sombra dos Livros em paceria com a Editorial Presença tem o prazer de anunciar o primeiro passatempo deste nosso cantinho. Temos para oferecer aos nossos leitores 3 exemplares da mais recente obra de Nicholas Spaks, "Melodia do Adeus", bem como sacos promocionais da mesma.

Sinopse: "Com apenas dezassete anos, Ronnie vê a sua vida virada do avesso quando o casamento dos pais chega ao fim e o pai se muda da cidade de Nova Iorque, onde vivem, para Wrightsville Beach, uma pequena cidade costeira na Carolina do Norte. Três anos não são suficientes para apaziguar o seu ressentimento, e quando passa um Verão na companhia do pai, Ronnie rejeita com rebeldia todas as tentativas de aproximação, ameaçando antecipar o seu regresso a Nova Iorque. Mas será em Wrightsville Beach que Ronnie irá descobrir a beleza do primeiro amor, quando conhece Will e se deixa tomar por uma paixão irrefreável e de efeitos devastadores. Nicholas Sparks é, como sabemos, um mestre da moderna trama amorosa, e, em A Melodia do Adeus, usa de extrema sensibilidade para abordar a força e a vulnerabilidade que envolvem o primeiro encontro com o amor e o seu imenso poder para ferir… e curar"
O romance será lançado dia 3 de Novembro e até essa data podem habilitar-se a ganhar o vosso exemplar, para tal apenas têm que escolher uma das seguintes opções:


Opção A: Usem a imaginação e dêem um novo (e adequado) título a este romance. Temos um exemplar+ saco para o melhor título.


Opção B: Respondam correctamente às seguintes perguntas:
1- Quantos romances de Nicholas Sparks foram editados até hoje pela Presença?
2- Quais os livros deste autor que já podemos ver no cinema?
3- Estão agendados para 2010 os lançamentos cinematográficos de mais duas obras deste autor, quais? (Nomes dos livros na versão portuguesa)
4- Nicholas Sparks tem 5 filhos, quais os seus nomes?
Temos um exemplar+saco para sortear entre os concorrentes que conseguirem responder correctamente a todas as questões.

Opção C: Tendo em conta o estilo de escrita do autor e as história por ele tecidas, enviem-nos a vossa história de amor. O texto não deve ultrapassar as 2 páginas.
Temos um exemplar+saco para a melhor história. As melhores serão publicadas aqui no blog.

O passatempo decorre entre hoje, 23 de Outubro, e 3 de Novembro e todas as respostas devem ser enviadas para o e-mail sombradoslivros@gmail.com. Só será aceite uma participação por pessoa bem como por morada. Os participantes devem ser residentes em Portugal e enviar os seus dados pessoais (nome, morada e e-mail) juntamente com as respostas. Caso haja uma opção sem concorrentes o prémio será atribuido à opção com mais concorrentes.

Boa sorte...

Pedimos desculpa pela publicação tardia deste post.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Reedição de "As Aventuras de Filipe Seems"

É já a partir de 27 de Outubro que vai estar nas lojas uma edição especial com a trilogia da série “As Aventuras de Filipe Seems”. O argumento é de Nuno Artur Silva e o desenho de António Jorge Gonçalves. A ASA reedita os três volumes “Ana”, “A História do Tesouro Perdido” e “A tribo dos Sonhos Cruzados” em edição de capa dura com DVD do espectáculo CONSPIRAÇÃO, Desenho Inédito de tiragem exclusiva e Texto Inédito da série. A apresentação será dia 3 de Novembro, na Fnac Chiado, em Lisboa.












Filipe Seems é um detective muito particular, que vive numa Lisboa que não existe onde tudo pode existir. A história começa quando Ana Lógica conhece Filipe Seems e lhe mostra a fotografia de uma rapariga igual a ela, que ela não conhecia e quer saber quem é. Este universo, onde há bicicletas voadoras, e se pode passear de gôndola da Baixa ao Terreiro Do Paço é uma mistura retro e futurista de lugares e tempos de uma Lisboa que cruza múltiplos imaginários.
Sobre os autores:
António Jorge Gonçalves:
Nasceu e vive em Lisboa. O seu trabalho divide-se entre a banda desenhada, o cartoon editorial, o teatro e o desenho digital ao vivo. Publicou e expôs banda desenhada em Portugal, Austrália, Coreia do Sul, Espanha, França e Itália. Desenha semanalmente um cartoon para O INIMIGO PÚBLICO. Realizou vários conceitos visuais para peças de teatro, entre os quais O QUE DIZ MOLERO, ARTE, CONSPIRAÇÃO, O DONO DO NADA , A ERVA VERMELHA e COMO FAZER COISAS COM PALAVRAS. Desenvolveu o projecto SUBWAY LIFE, desenhando pessoas sentadas em carruagens do Metro em várias cidades do mundo.
O Desenho Digital em tempo real é uma das principais actividades nos últimos anos: integrou várias performances em Portugal, França, Alemanha, Japão e EUA com músicos, actores e bailarinos.Leccionou no IADE, RESTART e UNIVERSIDADE NOVA DE LISBOA.
Nuno Artur Silva: Nasceu em Lisboa (1962). Ficcionista, Fundador e C E O da Produções Fictícias, agência e rede criativa. Foi Director Criativo de HermanZap, Herman Enciclopédia, Contra-Informação, Não És Homem Não És Nada, O Programa da Maria, Paraíso Filmes, Manobras de Diversão, O Inimigo Público, Urgências, Voz, Isto Não É Um Recital de Poesia, É A Cultura Estúpido, A História Devida, Os Contemporâneos, entre outros. Foi Assessor Criativo da direcção de Programas da RTP, 1996/97.É apresentador e coordenador do programa O Eixo do Mal. É licenciado em Línguas e Literaturas Modernas pela Universidade Nova de Lisboa e foi professor de Português.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Podcast com dicas sobre livros

O escritor e poeta Rodrigo Capella (já falado aqui no blog), autor de “Transroca, o navio proibido“, que será adaptado para o cinema pelo director Ricardo Zimmer, acaba de lançar o PodCast Virando a Página. Todas as semanas o autor apresentará uma nova dica de livro. Este é um projecto mais vocacionado para o público brasileiro mas, dado os livros serem um bem universal, útil para todos os amantes da leitura. Para ouvir basta clicar aqui.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Por Treze Razões

Título: Por Treze Razões
Autor: Jay Asher
Tradução: Alice Rocha
Edição: Ed. Presença
Nº de páginas: 308

"Naquele dia quando Clay regressou da escola, encontrou à porta de casa uma estranha encomenda com o seu nome escrito, mas sem remetente. Ao abri-la descobre que, dentro de uma caixa de sapatos, alguém colocara sete cassetes áudio, com os lados numerados de um a treze. Graças a um velho leitor de cassetes Clay prepara-se para ouvi-las quando é sobressaltado pela voz de Hannah Baker de dezasseis anos, que se suicidara recentemente e por quem ele estivera apaixonado. Na gravação, Hannah explica os seus treze motivos para pôr fim à vida, que a cada um deles correspondia uma pessoa e que todas elas iriam descobrir na gravação o seu contributo pessoal para aquele trágico desfecho."
Por Treze Razões está disponível a partir de hoje, 20 de Outubro, numa livraria perto se si... Este é o 3º volume da colecção «Noites Claras», uma colecção original direccionada para o público juvenil, onde são incluídos assuntos relacionados com os problemas mais sérios da adolescência e da juventude. Uma colecção que, como já devem ter reparado, sigo com o maior dos prazeres.
O que leva uma jovem de 16 anos a cometer suicídio? Como pode alguém tomar uma decisão destas? É repentino ou será pensado? As respostas a estas e outras perguntas relacionadas com o tema são-nos respondidas de uma forma tocante num relato devastador mas belíssimo feito a duas vozes. Por um lado temos Clay, um jovem que amava em segredo uma rapariga que se suicida sem que ele lhe tenha revelado os seus verdadeiros sentimentos. Por outro lado temos a voz de Hannah que quando se vê sufocada pela vida e toma a decisão de deixar tudo para trás, deixa também algumas cassetes nas quais revela os seus motivos.
É verdadeiramente estranha a sequência de sentimentos que experimentamos ao fazer esta viagem pelos últimos meses de vida da personagem, o modo como à medida que vamos lendo nos assaltam a memória episódios que pensávamos há muito esquecidos, coisas que nos fizeram, coisas que fizemos... " Ninguém pode ter a certeza do impacte que exerce na vida dos demais. A maior parte das vezes, nem nos passa pela cabeça. E, não obstante, não podemos evitar exercê-lo." É este o coração de toda esta narrativa, quem nunca sofreu danos colaterais por algo que outro alguém fez? Quem nunca provocou algum tipo de dor noutra pessoa mesmo que não intencionalmente? E se as nossas acções impensadas levarem alguém a um acto tão desesperado como o suicídio, como vamos reagir ao sabê-lo? E se sentirmos que podíamos ter salvo alguém se tivéssemos tido coragem para dizer o que sentimos ou simplesmente para agir de modo diferente em determinada altura?
Longe de ser um incentivo ao suicídio, esta belíssima narrativa é um elogio à vida, um relato de situações pelas quais todos passamos uma vez na vida, um retrato da dor provocada pela impotência e pela perda mas sobretudo um incentivo a ser diferente, a olhar os outros "com olhos de ver" e a respeitar a diferença que torna cada ser humano único. Tudo isto conseguido através de uma escrita muito simples e muito jovem que deixa o leitor completamente desarmado e que o leva a identificar-se com os personagens e as situações.
Apesar de direccionado para um público mais jovem só posso dizer... Adorei.
9/10
Para mais informações ou para matar a curiosidade podem recorrer ao site oficial ou ao blog do autor.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

A Talentosa Flavia De Luce

Título: A Talentosa Flavia De Luce
Autor: Alan Bradley
Tradução: Inês de Castro
Edição: Planeta
Nº de páginas: 325

"Um policial com um detective inesperado: uma menina de onze anos, com um feitio muito especial e um invulgar talento para fórmulas químicas. Estamos no Verão de 1950 e Buckshaw é a decadente mansão inglesa onde Flavia mora com a sua família, o pai viúvo, coleccionador obsessivo de selos, e duas irmãs, nem sempre muito simpáticas… Com uma inteligência aguçada para a idade, Flavia vive num mundo próprio. Refugiada num velho laboratório vitoriano onde já ninguém vai, entretém-se a inventar venenos inofensivos que servem, no entanto, as suas pequenas vinganças domésticas. Uma menina com cara de anjo mas alguma maldade…Subitamente, Buckshaw é atingida por uma série de acontecimentos inexplicáveis. Um pássaro morto é encontrado no degrau da porta, com um selo de correio espetado no bico. Algumas horas depois, Flavia descobre um homem caído no meio dos pepinos e vê-o exalar o seu último suspiro. Para a pequena, que fica ao mesmo tempo chocada e encantada, a vida começa realmente a sério quando o homicídio chega à velha mansão."
Flavia De Luce, inusitada e precoce detective, é uma lufada de ar fresco no mundo da criminologia (e também do crime...). O maior "problema" desta jovem de 11 anos, além de uma certa aversão a limpeza e higiene pessoais, ara fazer frente às duas irmãs mais velhas, a sua maior paixão é a química - venenos em particular - até ao dia em que assiste à morte de um homem, ali bem no talhão dos pepinos, mesmo por baixo da janela do seu quarto. Em vez de a amedrontar, este episódio delicia-a, levando-a a investigar incessantemente este mistério.
Como pode uma criança de 11 anos deslindar um crime? Flavia está longe de ser uma vulgar criança de 11 anos tal como as vemos hoje. Se é verdade que na década de 50 os mais pequenos eram forçados a deixar a infância para trás mais cedo do que actualmente, é igualmente verdade que a mais nova das irmãs De Luce tem gostos algo estranhos e conhecimentos muito acima da média. Por outro lado, quando os miúdos metem os seu pequenos narizinhos em determinados assuntos tendemos a não lhes dar a importância e atenção devidas. Invariavelmente, eles ficam sempre a saber mais do que deviam...
Com uma escrita muito rica, ainda que bastante simples, o autor leva-nos por uma viagem à Inglaterra de George VI, ao seu complexo sistema social repleto de convenções e regras, passando pelas feridas ainda mal cicatrizadas da guerra e pelas consequências da mesma. Tudo isto de uma forma tremendamente subtil. A trama está muito bem conseguida, são enganos atrás de enganos, não tendo o autor caído no velho cliché de conhecermos o criminoso apenas no final da narrativa. Todos os pequenos pormenores são importantes e os enganos e mistérios levam o leitor atento a pensar, pensar até conseguir por si mesmo ver que certas personagens escondem algo, não são o que parecem e que o assassino só pode ser aquele mesmo...(não posso dizer, isso era spoiler a mais, desculpem).
O humor é elemento que não falta nesta narrativa, Flavia tem uma mente algo retorcida e um pensamento pejado de "tiradas" que espelham bem o seu humor negro. As situações com as irmãs mais velhas são muitas vezes hilariantes, conseguindo-me levar a revisitar o meu passado (não que alguma vez tenha tentado envenenar alguém, entenda-se.). A descrição consegue ser muito rica sem se tornar maçuda, o que é um aspecto muito importante dado que descrição a mais tende a quebrar o ritmo. É raro o leitor ter esta sorte, não apenas com a descrição mas também com os personagens que estão muito bem construídos e com os diálogos.
Espero sinceramente que o autor continue a dedicar-se aos livros para adultos e que voltemos a encontrar a menina De Luce em breve.
8,5/10

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Agustina Bessa-Luis - 87º aniversário

No próximo dia 15 de Outubro, Agustina Bessa-Luis cumpre 87 anos. Para assinalar tão importante data para esta autora portuguesa que nasceu em 1922, em Vila Meã, Amarante, o CCB e a Casa Fernando Pessoa fazem-nos algumas propostas.
No CCB além da exibição do filme A Corte do Norte, do realizador João Botelho, será possível assistir a sessões de leitura de obras da autora a partir das 14:30. Para este fim, foram convidados pelo CCB nomes como Pedro Mexia, Maria João Seixas, Leonor Silveira e António Mega Ferreira.

Também estará patente no CCB uma exposição sobre a vida e obra de Agustina Bessa-Luís, produzida pelo Instituto Camões, com guião de Inês Pedrosa e realização gráfica de João Botelho.

Já na Casa Fernando Pessoa, o Nobel da Literatura, José Saramago, fará uma conferência de homenagem a Agustina Bessa-Luis. Como foi focado em diversos artigos de imprensa nacional, esta conferência terá a particularidade e o aliciante de "ser o maior escritor da esquerda a elogiar a maior escritora de direita".

No mesmo dia e também na Casa Fernando Pessoa terá lugar, pela voz de Ângela Pinto, uma leitura de poemas de Álvaro de Campos, heterónimo de Pessoa, cuja "data de nascimento" é 15 de Outubro de 1890.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

O Cônsul desobediente

As imagens são algo arrepiantes mas, dada a temática e o período negro da História que retratam, só o poderiam ser.


Deixo-vos como sugestão mais esta aposta da Saída de Emergência que aqui acompanho com o trailler promocional do livro de Sónia Louro. Espero poder lê-lo em breve.



sexta-feira, 9 de outubro de 2009

50 anos de Astérix e Obélix


Foi ontem dada a conhecer em Paris a capa da edição especial do livro que comemora os 50 anos Astérix. Com o título francês de “Livre d’Or”, em Portugal será conhecido como “O Aniversário de Astérix & Obélix - O livro de Ouro”. Este é um álbum de 56 páginas contendo pranchas inéditas de Uderzo e textos inéditos de Goscinny. A publicação do livro está agendada para 22 de Outubro e vai acontecer em simultâneo em 18 países. Será o primeiro álbum da série em quatro anos e terá uma tiragem estimada de dois milhões de volumes em todo o mundo.
A ASA está também a preparar diversas iniciativas para assinalar os 50 anos das Aventuras de Astérix, personagem de banda desenhada que se estreou em Portugal em 1961, dois anos após a sua primeira publicação em França, o seu país de origem. Dois grandes momentos estão já agendados: a chegada do livro dos 50 anos, assinalada às 00h da noite de 21 para 22 de Outubro na loja Fnac do Centro Comercial Colombo, e a festa dos 50 anos de Astérix, que terá lugar na Embaixada de França, em Lisboa, no dia 29 de Outubro.
Para os interessados posso também adiantar que a fnac está com uma campanha de pré-venda, para consultar a mesma basta carregar nas letras azuis.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

O Nome do Vento

Título: O Nome do Vento
Autor: Patrick Rothfuss
Tradução: Renato Carreira
Edição: Gailivro
Nº de páginas: 966

"Chamo-me Kvothe. Resgatei princesas dos túmulos de reis adormecidos, incendiei Trebon. Passei a noite com Felurian e parti com a sanidade e com a vida. Fui expulso da Universidade na idade em que a maioria dos alunos é admitida. Percorri caminhos ao luar que outros receiam nomear durante o dia. Conversei com deuses, amei mulheres e compus canções que fazem chorar os trovadores. É possível que me conheçam."
Antes de começar a ler O Nome do Vento deparei-me com imensa informação sobre o livro, principalmente na internet. Fosse o que fosse que pudesse ler acerca da obra um ponto era comum, esta é considerada a melhor obra de fantasia dos últimos anos. Esta é uma fasquia bem elevada e já aprendi a nunca ter grandes expectativas relativamente a livro que trazem colados epítetos deste género mas desta vez não fiquei nada desiludida.

Enfim, não posso dizer que seja a melhor obra, ainda não conhecemos os demais volumes desta trilogia e, além disso, sou fã de George R. R. Martin... mas posso assegurar que é das melhores obras (não só de fantasia, eu diria de literatura em geral) que li nos últimos anos.
A escrita é muito simples e fluída mantendo-nos presos à história da vida de Kvothe que, agora um homem como qualquer outro, esperando por algo temível, narra as aventuras e desventuras da sua vida desde criança até ao "agora". Estão presentes todos os ingredientes indispensáveis a uma estória digna desse nome, personagens enigmáticas, tragédia, cenas repletas de humor, amor, intriga e mistério...
Neste volume conhecemos Kvothe criança feliz e amargurada, jovem prodígio com tendência para se colocar em apuros mas a narrativa termina mesmo quando queríamos saber o que acontece a seguir - é sempre assim...!!! Os acontecimentos passam-se numa espécie de Terra Média onde se falam várias línguas diferentes, inventadas pelo autor, e que deixam transparecer algumas influências de Tolkien. Gostei especialmente do modo como a história vai sendo contada, parecendo por vezes que o autor se esqueceu de continuar a narrar certo episódio para depois, quando já somos nós quem quase o olvidou, voltar a pegar-lhe de uma forma que faz todo o sentido.
A tradução está bastante bem, penso eu, e não encontrei grandes gralhas ou erros. Confesso que era isso que temia dadas as falhas encontradas na Saga de Luz e Escuridão publicadas pela mesma editora.
Recomendo vivamente.
8/10

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

A Cabana

Título: A Cabana
Autor: WM. Paul Young
Tradução: Fernando Dias Antunes
Edição: Porto Editora

"E se Deus marcasse um encontro consigo? As férias de Mackenzie Allen Philip com a família na floresta do estado de Oregon tornaram-se num pesadelo. Missy, a filha mais nova, foi raptada e, de acordo com as provas encontradas numa cabana abandonada, brutalmente assassinada. Quatro anos mais tarde, Mack, mergulhado numa depressão da qual nunca recuperou, recebe um bilhete, aparentemente escrito por Deus, convidando-o a voltar à malograda cabana.Ainda que confuso, Mack decide regressar à montanha e reviver todo aquele pesadelo. O que ele vai encontrar naquela cabana mudará o seu mundo para sempre."
Aos que não me conhecem senão deste cantinho devo esclarecer. Pode ser que a crítica pareça um pouco estranha, em alguns pontos, algo antagónica mas tudo tem uma razão de ser. Esta foi talvez a mais difícil opinião que escrevi sobre um livro e ainda agora não sei se escrevi algo que se aproveite... Passei 10 anos num colégio de freiras e desenvolvi uma certa "alergia" a tudo o que respeita à Igreja, Religião e Teologia. Enfim, acredito nas minhas coisas (toda a gente acredita em alguma coisa) mas tenho teorias algo próprias e que amiúde não agradam muito aos demais. Assim, foi com algum cepticismo e, devo confessar, com os dois pés atrás que comecei a ler A Cabana.
Neste livro conhecemos Mack, um homem com uma infância e juventude difíceis graças a um pai alcoólico e violento ao qual acaba por conseguir fugir. Enquanto adulto torna-se um homem simples, de poucas falas que ama e é amado pela maravilhosa mulher com quem casou e que lhe deu 5 filhos. Contudo este homem é marcado por uma sentimento que o consome, a "Grande Tristeza" que se apossou dele quando durante um fim-de-semana com os filhos Missy, a filha de 6 anos, desaparece e é brutalmente assassinada. Confrontado com esta dura realidade, Mack começa a questionar Deus e a sua justiça, a razão pela qual as tragédias acontecem e nos deixamos levar pelo desespero enquanto Deus nada faz para o evitar ou para mitigar a nossa dor.
É este o ponto de partida, a estória de fundo que dá origem a uma análise pouco ortodoxa daquilo que é o grande mistério da vida, o ainda maior mistério da morte, da justiça divina e da (nem sei que palavra empregar agora...)...enfim, daquilo em que se tornou a Igreja. E aqui devo concordar que a Igreja enquanto instituição é completamente obsoleta, precisa há já muitos séculos de uma revisão de de uma mudança radicais e sobretudo precisa de começar a reger-se pelas regras que tenta impor aos demais - para variar um bocadinho. Todos estes temas complicados à partida, são respondidos e abordados de uma forma muito simples, coerente e até esclarecedora para quem se consiga identificar ou tenha mesmo fé.
Não sendo o meu tipo de livro foi com surpresa que me descobri a desfrutar bastante da leitura e a reflectir naquilo que lia. Percebo perfeitamente que num mundo em mudança constante e no qual o individualismo e o materialismo imperam A Cabana se tenha transformado num êxito mundial. Afinal de contas apela a uma mudança no modo de encarar a vida, no modo como nos relacionamos com os outros e naquilo que realmente sentimos e é importante para nós. Mais do que uma parábola sobre Deus, esta entidade que sustem e simultâneamente atormenta a todos (chamemos-Lhe o nome que Lhe chamemos), esta é uma incursão à vida e ao coração do Homem, à sua alma pejada de dúvidas e crenças, temores e esperanças. É uma viagem à cabana que guardamos bem no nosso interior, cheia de recantos - por vezes obscuros - que mais ninguém conhece.
7/10