terça-feira, 8 de novembro de 2011

Nota - Cruz de Ossos

Ontem deixei-vos aqui a minha opinião relativamente a Cruz de Ossos de Patricia Briggs. Referi algumas gralhas e expressões idiomáticas que, na minha opinião, poderiam não ter sido traduzidas da melhor maneira. Mas eu, como todos, não tenho sempre razão... Estamos sempre a aprender e devo reconhecer que, desta vez (e de outras, provavelmente) a ignorância estava comigo e quando fiz referência ao uso da palavra "guante" em vez de "luva", estava errada. Afinal, não se tratava de um qualquer erro ou distração, nem tão pouco de uma confusão com o castelhano. Neste caso em concreto, a palavra empregue no original não poderia ser traduzida por "luva" na medida em que é um tipo específico de luva que a autora refere - luva de ferro da armadura antiga; manopla.
Peço, portanto, desculpa pelo meu erro.

Não posso deixar de acrescentar aqui um sincero pedido de desculpas ao tradutor, Manuel Alberto Vieira. Quem lê o meu texto fica com a ideia de que lhe atribuo toda a responsabilidade pelas gralhas ou erros que o leitor possa encontrar e, tal ideia, não podia ser mais injusta. O tradutor é um ser humano e, como tal, é normal que possa cometer algum erro. Contudo, no processo de edição, existem outras pessoas responsáveis por rever o trabalho e corrigi-lo se necessário. Pessoas que, regra geral, esquecemos atribuindo a totalidade das responsabilidades a quem traduz. Mais uma vez...erro meu ao deixar passar a ideia.

Ficam o esclarecimento e o meu pedido de desculpas.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Cruz de Ossos


Título: Cruz de Ossos
Autor: Patricia Briggs
Tradução: Manuel Alberto Vieira
Edição: Saida de Emergência
Nº de páginas: 285
"Ainda a curar-se, tanto no espírito como no corpo, dos brutais acontecimentos ocorridos recentemente na sua vida, Mercy Thompson está longe de poder baixar a guarda. Agora é a rainha dos vampiros, a temível Marsilia, que está furiosa por descobrir que Mercy não só matou um vampiro com o também oculta uma identidade secreta ameaçadora para os da suaespécie... Mercy tem a proteção do bando local de lobisomens, e o seu interesse romântico pelo Alfa torna a ligação ainda mais intensa, mas é bom que a coiote em si esteja alerta, pois a rainha Marsilia não perdoa e irá atrás de Mercy de uma forma ou de outra..."

Uau, já tinha mesmo saudades da menina Mercedes, só assim se explica que tenha lido o livro em apenas um dia!!
Depois de finalmente ter feito uma opção no que respeita a Samuel e Adam e dos brutais acontecimentos do volume anterior terem visto um fim, seria de pensar que Mercy teria algum sossego. Mas esta rapariga parece ser perseguida pelo perigo e por personagens que a querem ver morta a qualquer custo. Apenas uma semana depois do ataque de Tim e ainda a recuperar do mesmo, Mercy descobre que Marsilia ficou a saber quem, de facto, matou Andre e tenta armar uma cilada à nossa heroina. Algo desesperada por sair da cidade e proteger os seus amigos, a jovem decide aceitar o convite de uma antiga colega da faculade e desloca-se a Spokane para a ajudar num problema com fantasmas. Contudo, e para não variar, nada é o que realmente parece e Mercedes acaba por dar por  si "na toca do lobo". Como não podia deixar de ser, tudo acaba bem mas... nós é que nos ficamos a roer de curiosidade devido às pontas soltas na narrativa.

No que respeita aos personagens e à narrativa em si, temos mais daquilo a que Briggs nos vem habituando. Acção, poucos ou nenhuns tempos mortos e uma heroina com uma força incrivel e que não deixa de surpreender não só os que a rodeiam como o leitor. Não posso deixar de referir que adorei voltar a encontrar Stefan. O vampiro é um dos meus personagens preferidos, talvez por não ser muito linear e por conseguir sempre provocar algumas situações de humor, e tinha estado ausente do último volume. Aqui a sua presença é uma constante :)

Apenas uma nota menos positiva para a tradução, além de alguns erros encontrei duas ou três gafes e a má tradução de algumas expressões idiomáticas. Também há algumas coisas  que não sei se estão totalmente erradas mas que me cortaram o ritmo em algumas ocasiões. A título de exemplo, traduzir guantes em vez de luvas. Pode ser apenas pela minha próximidade a Espanha mas... em português não costumo ouvir esta palavra, apenas em espanhol. Mas como disse, são pequenas coisas que não tenho a certeza de não estarem correctas.
6/10

NOTA

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Isabel Allende - Livros autografados

Está disponível a partir de hoje, dia 4 de Novembro, o mais recente título de Isabel Allende, O Caderno de Maya.
Tendo brindado os leitores com livros como A Casa dos Espírtos ou Paula, Isabel Allende é uma das autoras mais lidas em todo o mundo. Sabendo do seu sucesso também em Portugal a Porto Editora disponibiliza alguns exemplares autografado.

Podem encontrá-los nas livrarias Bertrand do Colombo (Lisboa) e do Norteshopping (Porto); cada uma delas terá disponíveis 150 livros desta edição especial e limitada ao mesmo custo da versão normal.

Aproveitem...

Para aguçar a curiosidade dos fãs mais distraídos, deixo-vos a sinopse:

Um passado que a perseguia. Um futuro ainda por construir. E um caderno para escrever toda uma vida.
«Sou Maya Vidal, dezanove anos, sexo feminino, solteira, sem namorado por falta de oportunidade e não por esquisitice, nascida em Berkeley, Califórnia, com passaporte americano, temporariamente refugiada numa ilha no sul do mundo. Chamaram-me Maya porque a minha Nini adora a Índia e não ocorreu outro nome aos meus pais, embora tenham tido nove meses para pensar no assunto. Em hindi, Maya significa "feitiço, ilusão, sonho", o que não tem nada a ver com o meu carácter. Átila teria sido mais apropriado, pois onde ponho o pé a erva não volta a crescer.»

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

A Dança dos Dragões

Título: A Dança dos Dragões
Autor: George R. R. Martin
Tradução: Jorge Candeias
Edição: Saída de Emergência


Depois de uma longa espera, apesar de ser sempre óptimo voltar a Westeros, o certo é que este volume foi, em certa medida, uma desilusão. Não uma completa desilusão, afinal estamos a falar de Martin, mas depois de tanta expectativa, de tamanha espera e de tanto se ter falado sobre este novo volume das Crónicas de Gelo e de Fogo, esperava mais. Mas comecemos pelo principio...

A Dança dos Dragões é cronologicamente paralelo ao Festim dos Corvos e Mar de Ferro e aqui pode começar a confusão. Apesar de o autor nos avisar logo de início deste pormenor a verdade é que demoramos um bocadinho a assimilar a coisa. Supostamente, já vamos mais avançados na narrativa e, ainda que este volume nos traga personagens mais ausentes nos dois livros anteriores (da edição portuguesa), facilmente nos perdemos e esquecemos o aviso.

E uma vez que comecei por apontar um defeito talvez seja melhor continuar na mesma linha. A visita guiada às Cidades Livres é interessantissima em vários pontos mas longe de desvendar mistérios, adensa-os enquanto dá ao leitor a ideia de que esta mudança de cenário, ainda que necessária no desenrolar da estória e na introdução de novos personagens, serve sobretudo para "encher choriços". É frustrante o tempo que o autor leva a narrar determinados acontecimentos, nomeadamente nos capítulos dedicados a Daenerys, para depois a narrativa não avançar. Quando pensamos que uma decisão vai ser tomada, que se vai marcar uma posição e movimentar as peças no tabuleiro... não acontece nada. Este é o maior ponto negativo do livro e por ele me vou ficar, embora deva dizer que o ritmo lento e a sensação de não haver qualquer avanço marcou de forma definitiva a leitura.

Relativamente aos pontos positivos, fico feliz por poder afirmar que eles são mais que os negativos. Entre os mesmos destaco o novo alento dado a três personagens: Bran, Melisandre e Cheirete. Bran, que estava longe de ser uma das minhas personagens preferidas, renasceu daqueles seus sonhos estranhos e revela-se como alguém que pode vir a ser determinante no desenvolvimento da narrativa. Como não podia deixar de ser, esta nova faceta de Bran trás consigo inumeros mistérios relativamente aos quais temos, de momento, muito pouca luz.

Melisandre, também na minha lista negra, é aqui apresentada de uma forma mais humana, alguém que tem sonhos e aspirações e que pode errar, que tem medos como toda a gente. É-lhe conferida uma aura algo mais humana embora não menos assustadora. O Cheirete, por sua vez, é a grande personagem-revelação do livro. Absolutamente brilhante a reviravolta que Martin deu transformando alguém pura e simplesmente estúpido e arrogante num ser abjecto, desprezivel e sem um pingo de amor-próprio que chega a dar-nos pena enquanto nos dá volta ao estômago.

Não posso deixar de referir também os acontecimentos na Muralha. Jon está tacituro, melancólico e, em minha opinião, tal deve anteceder algum acontecimento importante. O novo comandante da Patrulha da Noite está em guerra consigo mesmo e o turbilhão de sentimentos dá-lhe outra intensidade mas também lhe revela mais as fraquezas. Podemos vê-lo forte e tentando fazer o correcto, enfrentando os desfios que lhe são impostos mas, em determinadas ocasiões, perdido e temeroso.

Apesar de tudo, gostei do livro e continuo a aguardar a segunda parte (que será editada em Janeiro) pois fiquei com a sensação de que o melhor está para vir. Se houver grandes revelações (mais... houve duas neste livro das quais não posso falar sem fazer grandes spoilers)iremos encontrá-las no próximo volume. Há ainda muitas peças à espera de serem movimentadas neste tabuleiro.