sábado, 31 de agosto de 2013

A Loja dos Suicídios

Título: A Loja dos Suicídios
Autor: Jean Teulé
Edição: Guerra & Paz
ISBN: 9789897020650
Nº de páginas: 160


«Morto ou reembolsado!». Eis o slogan da Maison Tuvache, uma lojinha que comercializa tudo o que há de mais fino e eficaz para a lúgubre empresa do suicídio.
Há dez gerações que a Loja dos Suicídios satisfaz 100% da clientela: morrem todos e não fica nenhum para reclamar.

Mas a família recebe um novo elemento, a criança que traz com ela uma terrível maldição: a alegria de viver.
O pequeno Alan passa os dias a cantarolar, a consolar os clientes e, pior que tudo, a rir. Sim, Alan gargalha. Alan é um otimista. E prepara-se para sabotar o próspero negócio de família.


Num deprimido e extremamente estranho mundo pós-apocalíptico a família Tuvache gere um bem-sucedido espaço comercial dedicado aos suicídios. Como não podia deixar de ser em pessoas que trabalham nesta área, são mórbidos, taciturnos e muito dedicados a cultivar o seu estilo de vida. No seio de uma família tão deprimida e  deprimente eis que surge um raio de sol. Alan é uma criança irritantemente positiva, que ri e gosta de cores, de comédia e da vida. Não raras vezes parece saber muito mais do que o previsto, assim como se soubesse qual é o seu destino e o que tem que fazer para o cumprir. Se inicialmente a alegria de Alan teima em bulir com os nervos de toda a família, aos poucos, vai conseguindo modificar todos os que o rodeiam a ponto de as prioridades de todos, aquelas que pareciam inabaláveis e inalteráveis, mudarem drasticamente.

Com um humor negro e ironia fora do comum, Teulé guia-nos através das estantes desta insólita loja e das vidas daqueles que a habitam num exercício de meditação e análise, por vezes filosófica, daquilo que são as escolhas e prioridades que o ser humano faz. Desenganem-se os que, levados pela capa ou pelas poucas páginas que este livro têm, pensam que é uma leitura ligeira, uma sátira cómica e nada mais. É verdade que se lê rápido e muito bem, o estilo do autor assim o permite, mas esta pequena história pejada de situações inverosímeis está longe de ser apenas uma comédia. Com o seu final catártico (que devo confessar me deixou "Ah, Ah,... não!! Mas.... mas...) e chocante, o autor consegue um verdadeiro hino à vida e à alegria de viver que não deixa nenhum leitor indiferente.
Leiam!
7.5/10

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