quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Maze Runner

Título: Maze Runner - Correr ou Morrer
Série/ Saga: Maze Runner (Maze Runner, #1)
Autor: James Dashner
Edição: Ed. Presença
ISBN: 9789722348508
Nº de páginas: 397

Quando desperta, não sabe onde se encontra. Sons metálicos, a trepidação, um frio intenso. Sabe que o seu nome é Thomas, mas é tudo. Quando a caixa onde está para bruscamente e uma luz surge do teto que se abre, Thomas percebe que está num elevador e chegou a uma superfície desconhecida. Caras e vozes de rapazes, jovens adolescentes como ele, rodeiam-no, falando entre si. Puxam-no para fora e dão-lhe as boas vindas à Clareira. Mas no fim do seu primeiro dia naquele lugar, acontece algo inesperado - a chegada da primeira e única rapariga, Teresa. E ela traz uma mensagem que mudará todas as regras do jogo.

Decidi ler este livro, como tantas vezes acontece, depois de ter visto opiniões muito favoráveis de outros bloggers que, normalmente têm opiniões muito semelhantes às minhas. Não é que me tenha desiludido, simplesmente não o achei tão bom quanto os outros diziam. Talvez o mal tenham sido as expectativas elevadas com que parti para a leitura... este é um aspecto que pode arruinar tudo! Não é um mau livro, só não o achei uma verdadeira maravilha.

Toda a acção tem lugar num gigantesco e claustrofóbico labirinto (eu sei, gigantesco e claustrofóbico são ideias algo antagónicas mas... acreditem) no qual os personagens se encontram cativos. Numa primeira análise, conseguimos perceber que são todos jovens, todos rapazes de idade indeterminada e nenhum sabe como foi ali parar. Ainda assim, resignam-se ao seu destino e organizam a sua sociedade de maneira a que funcione sem grandes problemas e seja sustentável. Até aqui percebo, afinal de contas um corpinho ocupado pelo trabalho acaba por conseguir manter ao largo ideias subversivas e esperanças vãs. Mas... aceitar as coisas assim de animo leve? "As coisas são o que são e aguenta-te com isso"... não me parece. Não bate certo, são adolescentes, estão na idade de descobrir, de não aceitar e de se revoltar. Claro que o facto de o labirinto parecer não ter saída e albergar uns seres assassinos geneticamente modificados pode contribuir para a aceitação da situação mas achei-a muito forçada. Tão forçada como alguns dos personagens. Bem, na verdade são todos muito parecidos (os rapazes que estão dentro do labirinto) e até o personagem principal me pareceu algo fraquinho, pouco profundo. O personagem que me parece mais bem conseguido é mesmo o antigo "caloiro", o "amigo" do Thomas (o personagem principal), um personagem secundário mas que me fez, de facto, pensar que é dotado de uma personalidade mais complexa que os demais. Quanto ao elemento destabilizador da história, a única rapariga no labirinto, Teresa, achei-a tão apagada que é quase como se não estivesse ali. Quer dizer, ela traz toda uma série de informações e desencadeia uma série de acontecimentos que vão virar o labirinto do avesso contudo, no que à personalidade diz respeito, nada nela se destaca.

Se a densidade psicológica e a descrição física dos personagens é fraca o mesmo não se pode dizer das descrições das cenas de acção e dos cenários em que as mesmas decorrem. Este é um dos pontos altos do livro. Não sabemos nada do mundo para lá do labirinto mas as descrições deste, da Clareira e a forma como a vida nela está organizada são algo a realçar. Às vezes parecia-me que se levantasse os olhos da página ia ver aquelas enormes paredes cobertas de trepadeiras ali mesmo à minha frente. Gostei do medo e da tensão crescente que o autor consegue transmitir ao longo das últimas cenas, com as lutas a serem travadas em diferentes planos e os personagens, literalmente, a correr pela vida. Aqui o leitor consegue mesmo ter a percepção do que poderia sentir se algum dia se visse a braços com uma situação daquele tipo, sem saber quem é, porque está em determinado local, porque é atacado.... tudo desaparece menos a vontade de lutar e/ou fugir o mais rápido possível. A transmissão de sentimentos é, definitivamente, algo em que o autor é muito bom (coisa estranha dada a densidade psicológica dos personagens!!!).

Relativamente à narrativa em si, o autor, verdade seja dita, não perde tempo e logo nas primeiras páginas deixa alguns elementos de mistério e suspense que nos irão acompanhar ao longo de todo o livro (e mais além em alguns casos). Ainda assim, na primeira metade do livro o ritmo a que a narrativa se desenvolve é bastante lento e isso causou-me algumas dificuldades. Tem uma abertura em grande e o abrandamento que se verifica logo de seguida pode ser um pouco frustrante. A partir do meio do livro as coisas começam a mudar. A acção torna-se quase frenética e grande parte das nossas perguntas conseguem ter resposta. Confesso que este foi um ponto de que gostei no livro, o leitor consegue, de facto, ver alguns daqueles que parecem ser os grandes mistérios da trama resolvidos e justificados. Coisa rara numa série? Pois sim, mas parece-me que algumas coisas ainda podem mudar de figura!!

Concluindo, os personagens são fracos e irritaram-me um bocadinho pela previsibilidade mas há outros pontos que compensam esta falha e o mistério deixado no ar mesmo na última página deixou-me com vontade de ler o segundo volume (à laia de segunda oportunidade). Pode ser que no próximo livro os pontos negativos sejam esbatidos e me veja mais envolvida na história, mais ligada aos personagens.

6/10

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Divergente

Título: Divergente
Série/Saga: Divergent, #1
Autor: Veronica Roth
Edição: Porto Editora
ISBN: 9720043814
Nº de páginas: 352

"Na Chicago distópica de Beatrice Prior, a sociedade está dividida em cinco fações, cada uma delas destinada a cultivar uma virtude específica: Cândidos (a sinceridade), Abnegados (o altruísmo), Intrépidos (a coragem), Cordiais (a amizade) e Eruditos (a inteligência). Numa cerimónia anual, todos os jovens de 16 anos devem decidir a fação a que irão pertencer para o resto das suas vidas. Para Beatrice, a escolha é entre ficar com a sua família... e ser quem realmente é. A sua decisão irá surpreender todos, inclusive a própria jovem.
Durante o competitivo processo de iniciação que se segue, Beatrice decide mudar o nome para Tris e procura descobrir quem são os seus verdadeiros amigos, ao mesmo tempo que se enamora por um rapaz misterioso, que umas vezes a fascina e outras a enfurece. No entanto, Tris também tem um segredo, que nunca contou a ninguém porque poderia colocar a sua vida em perigo. Quando descobre um conflito que ameaça devastar a aparentemente perfeita sociedade em que vive, percebe que o seu segredo pode ser a chave para salvar aqueles que ama... ou acabar por destruí-la."


Parti para esta leitura, com algumas reticências tenho que confessar, depois de, por mais de um ano, ver o meu primo mais novo todo entusiasmado com os livros. Nos últimos tempos tem predominado (este cantinho não é excepção) a distopia e há-as muito boas. Prova disso são as últimas que li, têm sido óptimas surpresas. Contudo, por qualquer razão que ainda não consegui descortinar, não esperava muito deste livro. Se eu soubesse... já o tinha lido há muito tempo :) , adorei.

Ao ler a sinopse pensei que com tantas facções, tantos grupos diferentes, me ia ser complicado entrar no espírito desta Chicago futurista. Mais uma vez, estava enganada. Tudo, desde as primeiras páginas, serve para nos levar a compreender bem o world building, embora, por vezes, de um modo subtil. A populosa cidade vive isolada, virada para si mesma - o exterior é algo em que não se pensa, algo temido e encarado, na maior parte das vezes, como algo praticamente inexistente. Fechada sobre si mesma, a cidade reflecte o que se passa com a maioria dos seus habitantes e com as facções que compõem a sociedade estratificada em que vivem. Ainda que, acima de tudo, um individuo deva pensar na facção à qual pertence e nos objectivos da mesma, o ser humano é um animal egoísta por natureza. Egoísta e dissimulado. Todos se fecham em si mesmos, velando os seus pensamentos e vontades mais profundas, dando sempre a ideia de que a facção vem em primeiro lugar, embora tudo façam para poder ver cumpridos os seus desejos. 
As comunidades/ sociedades ideais não existem, ou, pelo menos, não subsistem por muito tempo pois que é o ser humano que as forma e molda e em cada um de nós o bem e o mal degladiam-se a todo o momento; por muito bem intencionados que sejamos, por vezes, as nossas vontades e desejos pessoais, sobrepõem-se ao interesse do todo e ao "bem comum" é isto que podemos constatar ao ler esta estranha distopia YA.

Penso sinceramente que o que faz com que este livro agrade tanto aos mais jovens como aos adultos é o facto de, para lá da história de coragem e romance, das intrigas políticas e dos segredos desvendados, ser feita (muito bem feita) uma profunda análise sobre o ser humano, a sua natureza e os seus comportamentos em diferentes contextos. Através de Tris, uma jovem que, aos 16 anos, deixa para trás a sua família e tudo aquilo que conhecera até à data para se juntar a uma facção diferente daquela onde foi educada, somos guiados ao interior do ser humano numa procura incessante pelo auto-conhecimento. Este é um processo em que será necessário enfrentar-se aquilo que mais nos pode aterrorizar - nós mesmos tal como somos, repletos de medos e desejos; medo de nós, da rejeição; desejo de sermos alguém diferente, de ser aceite ou desejo por outrém. Assim, a narrativa, com a sua linguagem simples mas fluída, acaba por ser um espelho das dificuldades interiores pelas quais todos  passamos ao longo das nossas vidas e também uma reflexão sobre o ser humano e a vida em sociedade.

Devo ainda referir que, a mim pessoalmente, me agradou muito o facto de não haver triângulos amorosos irritantes e de que a história de amor existente não seja uma daquelas "chachadas melosas" que me mexem com o sistema nervoso (pois, o romantismo para estes lados continua pelas ruas da amargura. Fazer o quê??)

Em resumo, a história é apelativa e a linguagem é simples. Apesar de aparentemente ser um mundo complexo, a autora foi capaz de o tornar simples e consegue que o leitor compreenda perfeitamente todos os aspectos deste cenário futurista e que se identifique com vários personagens (sim, vários). Contudo, o ponto alto para um leitor mais exigente não se prende com a história em si, com a sua construção, inovação ou nível de intriga e suspense. Aquilo com que este livro me conquistou foi a subtil mas profunda (um bocadinho antagónico? nada de stress, vocês entendem-me...) análise  do ser humano e da vida em sociedade.
Recomendadíssimo

8/10

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

A Cidade dos Ossos

Título: Cidade dos Ossos
Série/Saga: The Mortal Instruments (The Mortal Instruments,#1)
Autor: Cassandra Clare
Edição: Planeta
ISBN: 9789896570231
Nº de páginas: 415


"No Pandemonium, a discoteca da moda de Nova Iorque, Clary segue um rapaz muito giro de cabelo azul até que assiste à sua morte às mãos de três jovens cobertos de estranhas tatuagens.

Desde essa noite, o seu destino une-se ao dos três Caçadores de Sombras e, sobretudo, ao de Jace, um rapaz com cara de anjo mas com tendência a agir como um idiota..."


Esta é uma série que tem feito enorme sucesso, não apenas entre os mais novos mas também no seio de um público algo mais adulto. Talvez não tenha sido muito boa ideia ter lido opiniões de outras pessoas antes de ler os livros... A verdade é que isso me fez ter expectativas muito altas em relação aos livros e pode ter prejudicado a minha opinião sobre este primeiro volume.  

Devo dizer que a leitura é muito fácil, porque a linguagem e a profundidade da narrativa assim a tornam, e que a história tem sempre um ou outro elemento que nos desperta a curiosidade mas não me satisfez de todo. Há simplesmente muitas coisas que não encaixam ou que mereciam ser diferentes a começar na explicação deste mundo criado pela autora. No final do livro as coisas já são algo mais claras mas até quase metade do mesmo é como se tivéssemos sido atirados aos leões e não percebemos muito bem como nem por quem. As explicações tornam-se mais numerosas e completas a partir de determinado ponto da narrativa mas até lá a leitura é algo confusa. Suponho que, sendo uma saga, as coisas se vão tornando cada vez mais claras ao longo dos livros posteriores.

As personagens foram, para mim, o maior dos problemas. São extremamente estereotipadas e têm comportamentos e reacções muito pouco justificados e justificáveis. A Clary, por exemplo (é a personagem principal). O modo como ela se junta aos Caçadores de Sombras é tudo menos plausível, juro que me fez lembrar aqueles antigos anúncios dos detergentes em que um desconhecido aparecia, vindo do nada, na cozinha e a dona de casa aceitava logo e sem hesitações, ir com ele para dentro dos lençóis (literalmente. Não sei se se lembram disso mas cada vez que passava um anúncio desse género eu ficava, na inocência infantil característica da idade, a matutar na estupidez da situação)!! Isto para já não falar da maneira como todos os seus problemas se parecem resolver como que por magia, do modo que a ela lhe dá mais jeito (really?!?). Neste ponto (o dos personagens) há de todo o que é estereótipo desde a menina crédula; passando pelo "cara de anjo" revoltado e com a mania que é mau; continuando com a boazona fútil que não tem pejo em brincar com os sentimentos dos outros; a acabar no melhor amigo que está caidinho pela protagonista que nem sequer nota. Por favor!! Até os vilões são estereótipos pouco profundos daqueles que somos capazes de encontrar em qualquer lado. Claro que isto tudo faz com que me tivesse limitado a viajar pela história sem que fosse incapaz de me ligar a qualquer personagem. Detesto quando isso acontece.

O final tem ali uma reviravolta que poderia ter sido interessante se eu não tivesse adivinhado a coisa antes. Não sei o que me fez pensar naquela hipótese mas a verdade é que a ideia nasceu e foi ganhando raízes e, no final, acabou por se confirmar. Enfim, nem o final à la Eça me satisfez...!! As melhores cenas acabam por ser mesmo as descrições das lutas e de alguns cenários (não todos).

Concluindo (e porque não quero entrar por aqui em muitos spoillers - porque havia muito mais queixas a fazer!!) foi uma leitura rápida e que deu para me entreter numa tarde de fim de semana mas que esteve bastante longe de me encher as medidas. Compreendo perfeitamente que o humor e a linguagem consigam cativar um leitor mais jovem a quem, na realidade, o livro se dirige e espero sinceramente que as coisas vão melhorando ao longo dos volumes posteriores. Por ser uma saga que tem imensos fãs e da qual a maioria das pessoas fala muito bem, por este ser apenas o primeiro volume, talvez lhe dê uma nova oportunidade (vocês sabem que eu não sou de desistir assim ao primeiro volume) mas já não vou com grandes esperanças.

4,5/10

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Juliet Marillier em Portugal com novo livro

Ultimamente a vida tem-se metido no meio destas coisas que eu gosto de fazer e, como já devem ter reparado, não tenho tido oportunidades de actualizar o blog e o facebook. Na verdade, até tenho andado um bocado desligada e nem me tenho apercebido bem das novidades. Mas esta vale bem a pena!!! Quer dizer, é novidade para mim, pode ser que muitos de vocês já a vejam como uma notícia ultrapassada... Mesmo assim, aqui vai.

Alegrem-se os fãs de Juliet Marillier pois é já daqui a 15 dias (sim, mais coisa menos coisa) que vamos poder ler a tradução portuguesa de Raven Flight - Voo do Corvo. Este é o segundo livro da trilogia Shadowfell e, no que me respeita, estou bastante curiosa.



Além disso, como a autora já havia anunciado aqui... Juliet Marillier estará em Portugal de 6 a 9 de Novembro. Ainda se desconhece toda a agenda da autora mas, tanto quanto consegui saber, parece ser certo que a podemos ver e ouvir (além de recolher alguns autógrafos) dia 7 de Novembro, pelas 18:30, na FNAC do C. C. Colombo.

Ora, são ou não boas notícias?