segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Scarlet

Título: Scarlet
Série/Saga: Lunar Chronicles (Lunar Chronicles, #2)
Autor: Marissa Meyer
Edição: Planeta
Tradução: Victor Antunes
ISBN: 9789896574123
Nº de páginas: 384

"Cinder elabora um plano para fugir da prisão e, se for bem-sucedida, irá tornar-se a fugitiva mais procurada da Comunidade. Do outro lado do mundo, a avó de Scarlet Benoit desapareceu. Scarlet entra em pânico e, na sua busca, acaba por descobrir que existem muitas coisas sobre a avó que desconhece, assim como ignorava o grave perigo que correu toda a vida. Quando Scarlet encontra Wolf, um lutador de rua que poderá ter informações sobre o paradeiro da avó, sente-se relutante em confiar nele, mas ao mesmo tempo sente-se inexplicavelmente atraída. Scarlet e Wolf tentam desvendar o mistério do desaparecimento da avó, mas deparam-se com outro quando encontram Cinder. Além de todos os problemas em que estão mergulhados, ainda terão de antecipar os passos da maléfica rainha Levana, que fará qualquer coisa para que o belo príncipe Kai se torne seu marido, seu rei, seu prisioneiro."

Scarlet foi a primeira leitura do ano (pois, eu sei... lá se vai a intenção de início de ano de trazer as coisas em dia aqui por estes lados!) e, embora não tenha sido aquilo que eu esperava, também não foi uma má leitura. Regra geral os segundos volumes das trilogias ou sagas são algo mais fracos que os seus antecessores e, muitas vezes, que aqueles que se lhes seguem. Esta premissa é verdadeira para estas Crónicas Lunares. Já sabia que iam ser introduzidas novas personagens (ou nem tanto porque já tinha lido uma pequena história que antecede este volume - Queen's Army - e que me tinha despertado o apetite) mas esperava ver mais de Cinder.

Scarlet é uma jovem que vive cuja avó desaparece sem deixar rasto. Tendo sido abandonada e ignorada pelos país, a avó é tudo o que lhe resta e ela tem a certeza absoluta que a velha senhora não viria as costas de livre vontade deixando-a sozinha, entregue a si mesma. Até aqui a coisa até tem lógica mas depois a rapariga conhece um rapaz mais velho, com ar perigoso e decide que ele é de confiança e que a pode ajudar (what?? Really??). Ou seja, o nascer e desenvolver da situação pareceu-me algo forçado. As coisa podiam ter igualmente acontecido e ter sido usada a lógica para fazer tudo bater certo. Como é óbvio, o rapaz não é o que parece e as coisas tomam um rumo que não o esperado (o esperado por ela, entenda-se!). 
Outra coisa que me deixou um bocado com os nervos em franja foi a personalidade de Scarlet. Não sendo bipolar a rapariga é um bastante inconstante. Há momentos deliciosos em que ela é mesmo bad ass, em que é capaz e controla as situações sem precisar de ajuda alheia e depois, de repente e sem aviso prévio, perde toda esta faceta e é apenas uma miúda naif que não sabe para que lado se há-de virar e confia em toda a gente. Isto foi um bocado frustrante porque quando já gostas da personagem e pensas que sabes como ela irá reagir... ela muda completamente para uma sonsa irritante!!

A meio da narrativa, as coisas começam a mudar e a "imagem maior" começa a surgir e a delinear-se. Apesar de afastadas por milhares de quilómetros e de nunca se terem sequer visto, os destinos de Cinder e Scarlet estão entrelaçados. Neste aspecto apenas posso dizer que houve aspectos que foram uma verdadeira surpresa mas que houve muitos mais que achei muito previsíveis. Ainda assim, a previsibilidade não lhes retira o prazer de ler e não nos retira a vontade de saber o que vem a seguir para aqueles personagens. Fiquei de facto curiosa e com muita vontade de ler o Cress.

Das coisas que mais gostei foi a intriga política, as maquinações da rainha Levana para conseguir vir a governar a terra com o mesmo sistema de terror que conseguiu instituir na Lua (aquela bruxa malvada não desiste mesmo!! Com ela vale tudo). A incapacidade do príncipe Kai para lidar com os média e com a opinião pública quando estala o debate por causa da presença de uma cyborg no baile de gala. E se aí ele já não conseguia gerir bem as coisas, podem imaginar o que acontece quando Cinder se avade e Levana faz exigências descabidas...! Todas estas mudanças nos vão levar de Nova Pequim a Paris, passando por pequenas cidades e grandes herdades no countryside francês e as descrições dos vários ambientes são outro dos pontos altos deste livro. 

Em resumo, o livro não é mau mas não é tão bom como o anterior. A narrativa é muito previsível em muitos aspectos mas isso acaba por não retirar o mistério final e a vontade do leitor de saber o que vem depois. Lê-se bem e rápido pela fluidez da escrita e pelo vocabulário fácil. O melhor são a intriga e as descrições ao nível dos cenários.
Recomendo a quem gostou do volume anterior e quer saber mais quanto ao destino de Cinder.

6/10


PS: Continuo sem conseguir imaginar os personagens orientais como tal mas... isso é um problema meu, penso.   

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