domingo, 4 de março de 2012

Os Reinos do Caos

Título: Os Reinos do Caos
Autor: George R. R. Martin
Tradução: Jorge Candeias
Edição: SdE

 O inverno aproxima-se de um mundo mergulhado no caos. No norte dos Sete Reinos está iminente uma batalha decisiva pelo que resta do antigo domínio dos Stark. Ainda mais a norte, Jon Snow luta por encontrar um equilíbrio entre as tradições da Patrulha da Noite e o que o seu instinto lhe diz ser o caminho correto a seguir. A sul, velhas alianças esperam o tempo certo para serem reveladas, enquanto os homens de ferro assolam os mares e as costas dos domínios Tyrell. Do outro lado do mar estreito, tudo converge para a Baía dos Escravos, onde Daenerys Targaryen tarda em ganhar a paz na inquieta cidade de Meereen. E os dragões? Qual será o seu papel no meio de tudo isto? Muitos estão certos de que a tão temida reconquista de Westeros está prestes a começar.

E aqui estou eu uma vez mais de regresso de Westeros :)  E com problemas... não é fácil falar deste livro sem cair em spoilers e mais spoilers tanto do Dança dos Dragões como deste volume em si. A tarefa está complicada...

A primeira impressão que tive mal acabei a leitura do livro foi algo do género "já? então e agora? Foi para isto que estivemos tanto tempo à espera?", na verdade, apesar de na recta final do livro as coisas avançarem um bocado, o ritmo da narrativa está um bocado mais lento que nos volumes anteriores e há POV que servem única e exclusivamente para "encher chouriços" - estou a falar dos POV da Daenerys que me custaram mais que muito a engolir. Não havia necessidade de prolongar tanto as coisas em Meereen.
Lá para o final as coisas começam a acontecer mas apenas para nos deixarem as habituais questões sem resposta a que Martin acostumou. Alguns dos meus personagens preferidos desapareceram sem deixar rasto ou estão na iminência de o fazer; há pistas de um ataque que nos levanta muitas questões relativamente ao facto de ter mesmo ocorrido; há profecia que, ao que parece, estão cumpridas ou prestes a cumprir-se... E o autor não se decide a avançar com a escrita e ainda nos deixa com a estória a meio.

O inverno está a chegar e eu estou verdadeiramente curiosa para saber se será o único que aí vem. Quer-me parecer que num próximo volume podemos ter várias surpresas até porque o prólogo do DwD começa agora a fazer algum sentido.
Um dos aspectos que mais gostei foi da provação de Cersei, se bem que de momento ela me parece calma demais. Dá a sensação de que está a tramar alguma mostrando-se conformada e arrependida ap'enas para que a deixem maquinar os seus esquemas em paz e sossego. Ainda assim, aquilo por que teve que passar foi mais do que merecido e deixa qualquer leitor com um sentimento de justiça cumprida.
Os desenvolvimentos na Muralha também são interessantes, Jon embora com pouca experiência toma algumas boas decisões (outras nem tanto) que me parece que ainda podem fazer correr muita tinta em volumes futuros. vemos um Jon inseguro ser nomeado comandante da Muralha e começar a actuar para ir ganhando cada vez mais força, embora não mais certezas. A única coisa que me desagradou aqui foi o facto de o novo senhor comandante se lembrar amiúde de que a Patrulha não toma partidos mas não conseguir mandar à fava o Stannis e a Selyse. A "rainha" anda por ali com os seus homens como se aquilo fosse tudo dela e quer dar ordens aos homens da Patrulha por tudo e por nada e ninguém lhe cala o pio. Irritou-me.
Outra coisa que me mexeu um bocado com o sistema nervoso foi o facto de Martin estar sempre a ressuscitar personagens. Assim já não dá, senhor... Por este andar a morte de todo e qualquer personagem perde todo o significado porque vamos estar sempre a pensar que depois ele volta milagrosamente dos mortos, ou que afinal aquele não era realmente o personagem x ou y mas alguém que se fazia passar por ele... É bom que a narrativa não seja previsível e linear mas andar sempre a  trazer personagens do outro mundo também já se torna maçador.

E por falar em prevísivel... Achei os acontecimentos do epílogo muito bem vindos e esclarecedores mas sem grandes surpresas. Ainda assim, gostei bastante deste final que parece trazer algumas certezas e poder vir a revelar um novo rumo dos acontecimentos futuros em Porto Real, além de nos dar a entender que vamos voltar a  "ver" mais de perto outra vez as maquinações de Varys.

Tenho realmente pena de não conseguir pôr aqui uma caixa de spoiler. Digo-vos apenas que prestem atenção ao Manderly, às profecias e ao bardo Abel. E já não digo mais nada senão ainda sou ameaçada ou algo que o valha :)

Concluindo, soube a pouco dado o tempo que os fãs estiveram à espera deste novo volume da saga mas gostei bastante. Fico agora à espera dos contos que vão ser publicados pela SdE em Abril e que têm (pelo menos alguns) Westeros como pano de fundo e que podem também dar novas pistas para os acontecimentos  nesta saga.

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