sábado, 23 de março de 2013

Não Sou um Serial Killer


Título: Não Sou um Serial Killer
Saga/ Série: John Cleaver
Autor: Dan Wells
Tradução: Raquel Dutra Lopes
Edição: Contraponto
Nº de páginas: 230



Não Sou Um Serial Killer conta a história de John Cleaver, um sociopata de 15 anos que trabalha numa casa funerária, sonha com a morte e acha que pode vir a torna-se um serial killer. Para manter-se no "bom caminho" e ser "normal", John cria um conjunto de regras que segue à risca. Porém, quando um monstro verdadeiro aparece na cidade onde vive, ele tem de deixar o seu lado negro manifestar-se para poder detê-lo. Mas sem as suas regras para manter-se sob controlo, John poderá tornar-se mais perigoso que o monstro que está a tentar matar...


Como seguidora fiel da série Criminal Minds e grande adepta de filmes sobre serial killers, fiquei extremamente curiosa com este livro com um título tão sugestivo: Não Sou um Serial Killer. Digo desde já que não me desiludiu!

A história segue John Wayne Cleaver, um rapaz de 15 anos que vive fascinado com serial killers, ao ponto de os professores e a mãe acharem uma boa ideia ele desabafar com um psicólogo. Além disso, John tem noção de que se passa algo mais grave: ele reconhece em si próprio os traços de um serial killer e tenta a todo o custo evitar tornar-se um. Para isso, cria uma série de regras que mantêm o seu lado assassino – a que chama Sr. Monstro – inactivo, não deixando que este tome conta da sua vida. É de notar que John é um sociopata encantado com a morte e trabalha com a mãe e a tia a preparar cadáveres na casa mortuária.

John vive no seio de uma família um pouco disfuncional, o que nos leva, muitas vezes, a não termos a certeza se estamos do lado dele ou da mãe: por um lado, John é um sociopata que não consegue sentir empatia por ninguém; por outro lado, a mãe não sabe lidar com isso e quando pensa que está a agir da forma certa está, na verdade, a piorar a situação. É interessante ver a interacção de John com a família e perceber os seus sentimentos (ou falta deles) em relação a quem o rodeia.

Quando de repente aparecem vários corpos mutilados na sua pacata vila, John não resiste a utilizar os seus vastos conhecimentos sobre serial killers para tentar apanhar o culpado. E como os corpos passam todos pelas suas mãos na casa mortuária, pode analisar as vítimas sem chamar a atenção.

Surpreendeu-me bastante o livro ter uma componente sobrenatural totalmente inesperada. Confesso que torci o nariz e fiquei com algum receio, uma vez que nada no livro indicava que pudesse existir esta parte sobrenatural. Porém, não acho que estivesse desfasada do estilo do livro e até funciona bem!

As personagens são consistentes e a história flui facilmente, ficamos sempre curiosos para saber o que vai acontecer a seguir. Tem um humor meio negro, meio sarcástico que se enquadra perfeitamente com John e vemos esse humor em acção, na maioria das vezes, nas consultas com o psicólogo.

Quanto à tradução, gostei bastante! A tradutora conseguiu manter o registo indiferente que se espera de um sociopata, mas ao mesmo tempo vemos que, sociopata ou não, John não deixa de ser um adolescente e o seu discurso foi bem adaptado à idade. Contudo, reparei que a meio do livro houve alguma falta de revisão. Nada de muito grave, umas repetições e uns erros de concordância que, embora não dificultem a leitura, não deixam de ser chatos.


Boas leituras!

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