domingo, 12 de maio de 2013

Assassin's Creed - Renegado

Título: Assassin's Creed - Renegado
Saga: Assassin's Creed, #5
Autor: Oliver Bowden
Tradução: João Félix
Edição: Saída de Emergência
ISBN: 9789896375171
Nº de páginas: 320


"Sou um mestre espadachim. Sou especialista no ofício da morte. Não tenho qualquer prazer na minha arte. Simplesmente, sou bom no que faço.
1735 — Londres. Haytham Kenway aprendeu a usar uma espada desde que conseguia segurar nela. Quando a casa da sua família foi atacada — o seu pai assassinado e a sua irmã raptada por homens armados —, Haytham defende-a da única forma que conhece: matando.
Sem família, é protegido por um tutor misterioso que o treina de modo a fazer dele um assassino letal. Consumido pela sua sede de vingança, Haytham embarca numa demanda por retaliação, confiando em ninguém e questionando tudo o que lhe é mais próximo."


Devo começar por ser completamente sincera e dizer-vos desde já que não conheço o jogo - AC3 - e que nunca joguei nenhum dos jogos desta saga. É verdade que já vi jogar (tenho dois viciados em casa) mas que com as minhas habilidades para a coisa nunca me atrevi a tal. Comecei a ler os livros apenas por curiosidade, por querer saber o que estava por detrás daqueles "bonequinhos encapuzados" que corriam no ecrã lá de casa. Gostei muito do primeiro volume e depois disso não parei, tenho lido todos os volumes editados pela SdE. Ao contrário do que acontece com a maior parte dos leitores jogadores, os meus livros preferidos são os que se focam em Altaïr  apesar de ter um "carinho" especial pelo Ezio Auditore. 
Não achei, nem de perto, que este Renegado fosse dos melhores livros da saga. Antes pelo contrário (mas são opiniões e nem todos podemos gostar do mesmo).

A narrativa é um pouco diferente daquilo a que nos habituámos nos livros anteriores. Aqui, logo de inicio percebemos que alguém (só mais tarde sabemos quem) está a ler o diário de uma outra pessoa. É através desse diário que o protagonista Haytham nos vai narrando a sua vida e a história de como se tornou um exímio assassino (assassino. Não "hashashin" - atenção...). Haytham é um personagem complexo e denso que conhecemos desde a infância, em Londres, e vamos acompanhar até à América onde, já em adulto, tenta desempenhar várias funções de uma vez só e contribui para o conflito que foi a guerra da independência daquele país. A personagem vai evoluindo e mudando ao longo da narrativa, vai descobrindo o seu passado e conseguindo lançar luz sobre segredos algo bem escondidos e que determinam não só o seu futuro e as suas acções, mas também a sua maneira de ser e de estar no mundo. Numa fase final, achei que se tinha tornado em algo enfadonho e cheio de rancores que recusava pôr para trás das costas quando podia marcar a diferença e fazer as coisas de maneira diferente (mas enfim, não é o meu livro e talvez os acontecimentos tenham servido para, num volume posterior, justificar acções de outros personagens...). O protagonista é mesmo dos poucos personagens interessantes do livro. Todos os outros são... secundários demais, muito tipificados e sem profundidade suficiente. Desempenham o seu pequeno papel mas não vão além disso.

Quanto ao enredo em si... Não é que seja fraco, não é isso. Acho apenas que foi algo mal desenvolvido e que foram aproveitadas poucas das coisas mais interessantes que dali podiam sair. A ordem dos Templários fica muito mal na fotografia (a intenção devia ser essa) mas de uma forma algo vaga. Não ficamos a conhecer a Ordem por dentro e ao pormenor, não conhecemos o seu treino, as suas maiores ambições e nenhum dos seus maiores feitos acaba por ser focado. Os únicos "Assassin" que aparecem em toda a narrativa tem uma participação muito secundária e embora se possa adivinhar que um deles pode vir a ser importante em volumes futuros, desta feita não sabemos quase nada da sua história pessoal. E se por um lado, na fase inicial da narrativa, o enredo de Londres é interessante, bem construído e tão misterioso que acaba por lançar o mote para toda a restante história, a verdade é que depois da chegada à América o enredo é confuso, aborrecido e nada tentador. A independência americana e a guerra que a ela levou não foram, a meu ver, bem aproveitadas pelo autor - é a parte mais estúpida e cansativa de todo o livro e, no entanto, prometia ser a melhor (desilusão!!).

Concluindo, não me arrependo de ter lido o livro porque a primeira metade foi bastante boa, o personagem principal é interessante e cativante e porque, já no fim, deixa antever boas possibilidades para futuros livros. Ainda assim, não é, no meu entender, indispensável na saga e de Hashashin's tem muito pouco. Compensa algumas das falhas com boas cenas de luta mas a trama vai-se tornando fraca e perdendo o seu sentido inicial com o desenrolar da história.

5.5/10

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