terça-feira, 10 de outubro de 2017

Potterheads em Hogwarts

Não sei se se recordam, o sequer se se deram conta, mas no ano passado, aquando do lançamento da edição portuguesa de "Harry Potter and the Cursed Child" (Harry Potter e a Criança Amaldiçoada) a Wook avançou com um passatempo nas redes sociais. O Objectivo era ganhar um bilhete duplo para visitar o Warner Bros. Studio, Making of Harry Potter em Londres e para o alcançar os interessados tinham que escrever um feitiço totalmente novo e explicar o seu uso. Se querem que vos diga já não estou muito certa do feitiço com que concorri o que sei é que, com vários anos de atraso, a minha carta para Hogwarts chegou!! Sinceramente, acho que fiquei um bocadinho maluca quando recebi a notícia :) Ora, duas pessoas... nem se colocavam dúvidas, a minha irmã (a nossa Bailarina) tinha mesmo que embarcar nesta comigo.  Mas não fomos sozinhas! Após vários meses de planeamento, de marcações loucas com os estúdios (sim, o serviço de marcações é um bocado complicado e as reservas têm que ser feitas com meses de antecedência) lá fomos com as nossas melhores amigas, mais duas Potterheads, rumo a Londres decididas a fazer uma completa "viagem Harry Potter".

Não vos quero massacrar com a descrição exaustiva de uma semana de viagem, hoje vou apenas falar-vos dos estúdios. 
Apanhámos o autocarro no centro de Londres com enorme expectativa e convictas que as 5 horas que se seguiriam iam ser o ponto alto da viagem. Foram mesmo, claro!! Durante a viagem, que dura cerca de hora e meia, fomos vendo o filme "Harry Potter e a Câmara dos Segredos" com que os responsáveis pela visita nos brindaram como forma de "boas-vindas" e para nos aguçar o apetite.
À chegada, as entradas são controladas de modo a que depois as pessoas não andem a atropelar-se umas às outras na ansia de ver tudo. É um bocado chato ficar à espera da nossa vez, claro, mas com grupos de 50 pessoas de cada vez as coisas correm muito bem (gostei mesmo desta política porque vi tudo com calma e ao meu ritmo sem ter ninguém a empurrar ou a incomodar - ou a sentir-se incomodado!!) e os 20 minutos de espera também não são nada de extraordinário face ao que vem depois... Além disso, nesta área temos logo o primeiro cenário - o Armário debaixo das Escadas onde Harry passou grande parte da sua infância.


 

Nas duas primeiras salas somos recebidos por um dos colaboradores dos estúdios e assistimos a dois pequenos filmes sobre o universo Harry Potter e tudo o que envolve este personagem e de seguida... Magia!! A porta do Salão Principal de Hogwarts está à nossa frente e a sensação é, de facto, de que entrámos televisão adentro e tudo pode acontecer. O Grande Salão está exactamente como o vemos nos filmes, as mesas postas com loiça de um detalhe magnifico, as gárgulas ao longo das paredes, as grande lareiras e, ao fundo, manequins em tamanho real e trajados a rigor junto à mesa dos professores. Falha o céu do Salão mas não se pode ter tudo e isto é a vida real, sem efeitos especiais.






Do Grande Salão passamos para um enorme open space com inúmeras partes de outros cenários, figurinos usados pelos actores e sobretudo detalhes. É verdade, os cenários são imensos e muito completos. Fiquei surpreendida com o tamanho que têm na realidade  :) mas o segredo, a riqueza está toda nos pequenos detalhes e no cuidado com que tudo foi feito. Está aqui realmente tudo, tudo, tudo o que possam imaginar. Desde objectos que quase nos escapam mas aparecem em quase todos os filmes, até decorações e objectos que aparecem uma única vez, por meros segundos, num dos filmes da saga (é o caso da decoração da mesa de bebidas do Baile de Natal no Harry Potter e o Cálice de Fogo, por exemplo). 
Aqui, cada um gere o tempo por sua conta e o desafio é esse mesmo, fazer uma boa gestão do tempo. Pensei que 3 horas para fazer a visita eram mais do que suficiente, um exagero. Enganei-me!! Enganei-me e foi aqui que comecei a percebe-lo. Como assim? Fácil, queremos ver todos os cenários com calma, apreciar todos os pormenores, ver bem todos os figurinos e até parar e ver alguns dos pequenos filmes com depoimentos de vários profissionais envolvidos na produção e realização dos filmes. É aqui que vemos respondida a velha questão "Como é que eles fizeram isto?". Além disso, há também algumas áreas de simulações onde podemos, por exemplo, conduzir uma vassoura num jogo de Quidditch ou voar num Ford Anglia meio desgovernado sobre Londres tudo com traje a rigor (capa de feiticeiro, entenda-se).









Depois de nos maravilhar-nos com os cenários principais de com todos os objectos expostos passamos à área novidade em 2017, a Floresta Proibida. Fiquei um bocadinho triste com o tamanho dedicado a este cenário, é bastante pequeno mas, ainda assim, é um mimo para qualquer fã e foi uma sorte podermos caminhar pela Floresta numa noite em que estava cheia de criaturas mágicas.






O frio e a escuridão são então substituídos pelo cenário acrescentado em 2015 e que é a perdição de todos. A sério, aqui foi onde vi mais bocas abrir, mais telemóveis e máquinas fotográficas a disparar ou não estivéssemos nós na Plataforma 9 3/4 onde o Expresso de Hogwarts nos espera para nos levar directamente à escola. O comboio foi mesmo utilizado nas filmagens e podemos entrar nele e visitar as várias cabines que têm a particularidade de estar decoradas a preceito correspondendo cada uma delas a um ano escolar (e de viagem) dos protagonistas dos filmes exactamente como as vimos no nosso ecrã. Na plataforma propriamente dita há bagagem com fartura e malas de feiticeiro para todos os gostos e o visitante acaba por se divertir um bocado à procura da bagagem dos seus feiticeiros preferidos. Há também vários carros de transporte meio enfiados na parede que permitem tirar a típica foto de quem "vai embarcar" no comboio mágico. Como vos disse antes, a entrada é feita por grupos e é nestas coisas que se nota a eficácia da medida, toda a gente tirou fotografias nos carrinhos, com a bagagem, nas escadas de entrada do comboio sem atropelos ou problemas de maior. 
Além de tudo isto, há mais uma zona de simulação onde podemos viajar numa cabine do Hogwarts Express e escolher o cenário exterior.




Já vos parece muito? A mim também mas muito mais nos esperava... Percebem agora porque vos dizia que 3 horas não chegavam? Tinha lá ficado mais 3, pelo menos, se pudesse!! 
Saímos o Hogwarts Express e demos por nós na cafetaria dos estúdios. O espaço é agradável sem ser demasiado confortável (caso contrário precisaríamos de mais tempo de visita!!) foi aqui que experimentámos uma cerveja de manteiga. Nem podíamos deixar passar a oportunidade depois de tantos anos a ler sobre os benefícios de uma caneca deste liquido no estado de espírito e até no combate ao frio. Devo dizer que as expectativas não eram altas, já tínhamos todas ouvido dizer que o sabor não era o mais agradável. Ainda assim, ali mesmo ao lado estava um miúdo com uns 6 anos que estava a adorar o que nos levou a arriscar e vencer as últimas reticências (se o puto gostava tanto não podia ser assim tão mau). O miúdo já devia estar "batido" naquilo...! A verdade é que o sabor não é assim tão horrível como nos tinham dito mas também não é a sétima maravilha do mundo. É uma coisa estranha que no primeiro gole é bastante má mas que vai melhorando à medida que bebemos.


Da cafetaria conseguimos ver um pátio exterior onde estão os grandes cenários exteriores - a casa de Godrics Hollow, o Autocarro Cavaleiro, a icónica ponte de madeira dos campos de Hogwarts e o nº4 de Privet Drive. De todos estes, os únicos em que podemos realmente entrar são a ponte e a casa de infância de Harry. E lá fomos nós...






De regresso ao interior e depois de muito olhar para o relógio com o tempo a pressionar, visitámos uma área em que se podem ver revelados os segredos de caracterização (que isto de fazer um Hagrid ou um duende não é assim tão simples), das várias criaturas mágicas que fomos conhecendo ao longo de vários livros e filmes e ainda os segredos mais técnicos e que se prendem com cenários e as filmagens dos mesmos. Há até uma enorme maquete de Hogwarts que foi usada para filmagens em que se vê o castelo no seu todo, com luzes que vão mostrando os truques não apenas das várias fases do dia mas também de como se faz a simulação das várias estações do ano.  




Posto isto, entramos na Diagonal. E é lindo...!! Já vi várias fotografias do parque americano e, pelo que posso perceber, lá é no exterior e muito maior. Mesmo assim, este cenário é mesmo mágico e quanto mais andávamos ao longo da rua mais nos caía o queixo, estavam lá as lojas todas - Olivander's, a livraria Flourish & Blotts, a loja de criaturas mágicas, a louca loja dos gémeos Weasley e até Gringots - tudo com tantos pormenores e tantos detalhes nas montras que era completamente impossível passar-lhes à roda sem perder mais do nosso precioso tempo (nesta parte já estávamos a ver-nos um bocadinho enrascadas na gestão da coisa). 




A visita acaba, após passagem pelo interior da Olivander's, numa enorme loja onde podemos encontrar tudo o que se possa imaginar desde que relacionado com o Universo Harry Potter (Monstros Fantásticos incluídos) de termos comprado algumas coisinhas, foi o único ponto da visita em que demos graças ao cosmos pela falta de tempo (estivémos na loja uns 15 minutos) que já nos puxava para uma corrida até ao autocarro que nos levaria de regresso ao centro de Londres com as carteiras algo mais vazias mas a alma cheia pela experiência que foi, sem dúvida, o ponto alto da nossa viagem.



PS: Espero não vos ter massacrado muito com esta minha descrição (não dá para ver que adorei aquilo nem nada) ou com o excesso de fotografias mas foi mesmo uma experiência memorável. Desculpem qualquer coisinha...!!! :)

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