quarta-feira, 4 de novembro de 2020

El Silencio de la Ciudad Blanca

 

Título: El Silencio de la Ciudad Blanca
Série/ Saga: Trilogia de la Ciudad Blanca (#1)
Autor: Eva Garcia Sáenz de Urturi
Edição: Booket - Planeta de Libros
ISBN: 9788408223160
Nº de páginas: 475 páginas


Sinopse: Tasio Ortiz de Zárate, el brillante arqueólogo condenado por los extraños asesinatos que aterrorizaron la tranquila ciudad de Vitoria hace dos décadas, está a punto de salir de prisión en su primer permiso cuando los crímenes se reanudan de nuevo: en la emblemática Catedral Vieja de Vitoria, una pareja de veinte años aparece desnuda y muerta por picaduras de abeja en la garganta. Poco después, otra pareja de veinticinco años es asesinada en la Casa del Cordón, un conocido edificio medieval.

El joven inspector Unai López de Ayala —alias Kraken—, experto en perfiles criminales, está obsesionado con prevenir los crímenes antes de que ocurran, una tragedia personal aún fresca no le permite encarar el caso como uno más. Sus métodos poco ortodoxos enervan a su jefa, Alba, la subcomisaria con la que mantiene una ambigua relación marcada por los crímenes… El tiempo corre en su contra y la amenaza acecha en cualquier rincón de la ciudad. ¿Quién será el siguiente?

Una novela negra absorbente que se mueve entre la mitología y las leyendas de Álava, la arqueología, los secretos de familia y la psicología criminal. Un noir elegante y complejo que demuestra cómo los errores del pasado pueden influir en el presente.



Regra geral recuso-me a ver um filme sem ler antes o livro (vai daí, tenho montanhas de filmes e séries em atraso que é para aprender a não ser parva) mas esta trilogia foi uma excepção. Vá-se lá saber porquê, houve um acidente e dei por mim num sofá, em boa companhia, a ver a adaptação que a Netfilx fez do primeiro volume e, embora já soubesse de antemão quem era o criminoso, fiquei agarrada ao livro como se não soubesse nada do que se ia passar. O livro é tão melhor que o filme!! (grande novidade, né?? Pois... Ainda por cima a quererem que uma atriz com uns visíveis 55 passasse por alguém de 40. Tem dó ó Netflix!)

Há 20 anos a cidade de Victoria, em Navarra, viu-se aterrorizada por um assassino que agora parece estar de regresso. Não posso contar muito mais sem começar para aqui com spoilers mas posso adiantar que a autora transmite muitíssimo bem essa tensão, o medo, a impotência dos personagens principais face ao desconhecido, o sentimento de injustiça não apenas com as mortes que vão acontecendo (sim, são mesmo muitas mortes) mas também para com os investigadores a quem se exige que fechem o caso, que apanhem o culpado e devolvam a paz à cidade o mais rápido possível. Estes níveis de tensão vão sendo cruzados com um nível alto de curiosidade relativamente à vida pessoal actual e ao passado dos diversos personagens. E muito embora as viagens ao passado possam revelar prematuramente várias pistas relativamente à identidade do assassino, o facto é que este entrosamento está muito bem conseguido. Eu simplesmente adorei conhecer o passado de alguns personagens e até dos pais destes e ter um vislumbre da sociedade Victoriana e espanhola em meados do século passado. Fui mesmo conquistada por esta parte da trama!

Relacionados com estes loops temporais estão também os dramas e segredos, os recalcamentos e os maiores desejos de diversos personagens, tal como as ligações e relações entre eles e que levantam imensas questões. Na sua maioria, são personagens fortes e decididos a seguir em frente, a deixar para trás os desaires do passado e a trabalhar por ser melhores pessoas, mais merecedoras daquilo que desejam e julgam merecer. É bastante fácil criar empatia com grande parte dos personagens mas, tenho que confessar, que adorei o MatuSalem, o avô e o German e que me enervei muitas vezes com o Unai e a Estibaliz e as atitudes deles (e, ainda em cima, são os personagens principais... não me deviam ter irritado tantas vezes!!). Há imensos segredos, frustrações, relacionamentos escondidos, pessoas que pensam que as amizades aguentam tudo ou que tudo se lhes pode sobrepor... Em mais do que uma ocasião fiquei a pensar que, de facto, certas coisas descritas acontecem, são possíveis e que mesmo convivendo diariamente com alguém podemos nunca conhecer a pessoa, os seus segredos e desejos. É a verdade, para todos os nossos relacionamentos, mas em certos aspectos é, mais que um pensamento triste e negro, uma realidade que me mete algum medo. 

Outro elemento que me conquistou (a par das viagens ao passado...lol!) e que está muito presente em toda a trama é o folclore, a mitologia e as tradições daquela região. Victoria e os seus habitantes, são personagens orgulhosos do seu passado e da sua herança cultural e defendem-nos com unhas e dentes e o facto de haver um assassino que usa esses elementos para cometer os seus crimes, que os mancha e suja, deixa uma marca em todos os envolvidos. A grande revelação vai deixar um estigma a pairar em cima de alguns personagens e, se não tivesse visto o filme, tinha-me surpreendido imenso embora, olhando para trás, as pequenas pistas estivessem lá o tempo todo.

Concluindo, se gostam de um bom mistério policial com loops temporais e algum folclore regional à mistura, vão gostar de desvendar estes assassinatos. Eu li na versão original mas está traduzido para português pela Lua de Papel.


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